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Primeiro transplante de pele do interior da Bahia é realizado no Hospital Clériston Andrade

O Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana, Bahia, realizou o primeiro transplante de pele do interior do estado, marcando um avanço significativo na medicina regional.

O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), localizado em Feira de Santana, consolidou um marco na medicina do interior baiano ao realizar o primeiro transplante de pele da região. A complexa operação foi conduzida pelo cirurgião plástico Francisco Anibal, com o suporte da equipe do Núcleo de Atenção a Pessoas com Feridas (NAPF), da Organização de Procura de Órgãos (OPO), e de uma equipe multiprofissional que continua acompanhando a paciente, ainda internada e que deverá passar por pelo menos mais dois procedimentos semelhantes.

Francisco Anibal detalhou a importância e a complexidade do transplante, destacando que a operação foi crucial para a recuperação da paciente, que sofreu grande perda cutânea. A pele transplantada, proveniente de um banco de pele em Porto Alegre, desempenhou o papel de um curativo biológico temporário, permitindo ao corpo da paciente se recuperar do trauma severo. O cirurgião ressaltou a importância da pele como primeira linha de defesa contra infecções e lesões.

Rosa Maria Cordeiro, coordenadora do NAPF, descreveu a gravidade da lesão inicial da paciente, que apresentava uma extensa área necrosada, necessitando de cuidados intensivos e vários procedimentos cirúrgicos, incluindo debridamento e terapia de pressão negativa. Cordeiro enfatizou o esforço contínuo da equipe para estabilizar a condição da paciente antes do transplante.

O sucesso do procedimento resultou de um esforço conjunto envolvendo diversos setores e profissionais da instituição. Anibal expressou gratidão aos colegas de Porto Alegre, que, mesmo diante de dificuldades de transporte aéreo causadas por enchentes, enviaram a pele necessária para a cirurgia, demonstrando um forte compromisso com a solidariedade.

A enfermeira Mirela Andrade, coordenadora da OPO, destacou o impacto do transplante para a medicina na Bahia, evidenciando que procedimentos complexos podem ser realizados fora dos grandes centros com cooperação e recursos adequados. Ela também explicou que o transplante foi autorizado em caráter extraordinário pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), uma vez que o hospital não possui credenciamento para transplantes de órgãos. A Central Estadual de Transplantes, junto com o SNT, viabilizou o procedimento devido à urgência do caso.

A paciente, que teve cerca de 25% de sua superfície corporal comprometida, está mostrando sinais de boa recuperação. Anibal enfatizou que ainda serão necessários alguns dias para uma avaliação completa da evolução do transplante, mas os sinais são positivos. Ele destacou que realizar esse primeiro transplante de pele no HGCA demonstra o potencial do hospital como referência regional em saúde e o compromisso das equipes em salvar vidas, mesmo nas situações mais desafiadoras.

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