Três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) perderam os cargos após receberem propina para liberar suspeitos de contrabandear 140 celulares. Eles haviam descoberto o contrabando em um ônibus, durante uma fiscalização na BR-101 em Campos dos Goytacazes, região norte do Rio de Janeiro.
Durante uma abordagem a um ônibus de turismo, os agentes encontraram os aparelhos irregulares. O que seria uma prisão em flagrante se tornou uma tentativa de extorsão. O trio pediu aos detidos a quantia de R$ 2 mil, além de todos os 140 celulares encontrados na bagagem.
Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), os três agentes da PRF também não declararam o total de mercadorias apreendidas durante outras fiscalizações a carros, motos e caminhões. O fato levantou suspeitas de que eles dividiram entre si parte das apreensões feitas durante as abordagens.
A perda dos cargos, determinada pelo atual ministro da Justiça, Flávio Dino, cumpre a sentença do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). A decisão extingue o vínculo jurídico-administrativo dos três agentes com a PRF.
Otoni, Marques e Salomão já estavam afastados das funções desde novembro de 2012, dois meses depois de serem flagrados cobrando a propina. Eles foram demitidos da PRF em 2016, no governo Michel Temer, pelo então ministro da Justiça Alexandre de Moraes, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Otoni, Marques e Salomão ainda aguardam sentença em uma ação civil por improbidade administrativa no TRF-2, cujos autos estão prontos para julgamento desde setembro deste ano. (Metrópoles)