RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A economia brasileira avançou 0,9% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta terça (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado indica um crescimento menor em relação ao segundo trimestre, quando a alta foi de 1,4%. A desaceleração já era esperada, mas analistas consideravam que os dados ainda mostrariam uma economia forte.
A variação de 0,9% veio levemente acima das previsões do mercado financeiro. Economistas esperavam alta de 0,8%, conforme a mediana das projeções coletadas pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,6% a 1,1%.
Ao longo deste ano, a atividade econômica tem avançado com o estímulo de fatores como o aquecimento do mercado de trabalho e as transferências governamentais, dizem analistas.
O reflexo é um crescimento do PIB mais espalhado por atividades de serviços e indústria, e não tão concentrado na agropecuária, como ocorreu em 2023.
Em 2024, a produção no campo foi afetada por problemas climáticos, incluindo período de forte seca e queimadas, além de enchentes no Rio Grande do Sul.
Na mediana, o mercado financeiro projeta crescimento de 3,22% para o PIB no acumulado deste ano, conforme a mediana do boletim Focus, divulgado pelo BC (Banco Central) na segunda (2).
A previsão dos analistas subiu com o passar dos meses, em meio a um desempenho mais alto do que o esperado inicialmente. Para se ter uma ideia, ao final de 2023, a projeção do Focus para o PIB de 2024 era de aumento de 1,52%.
O ritmo do indicador levou a um debate se a economia está ou não crescendo acima do seu potencial, ou seja, se pode ou não pressionar a inflação. O tema divide opiniões.
Para o PIB de 2025, a projeção do mercado é de alta de 1,95%, segundo o boletim Focus divulgado na segunda-feira. Um dos desafios para o avanço da atividade é o aumento da taxa básica de juros pelo BC.
No início de novembro, o Copom (Comitê de Política Monetária), ligado à instituição, decidiu intensificar o ritmo de alta e elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.
O aumento dos juros pelo BC é uma tentativa de esfriar a demanda por bens e serviços. O objetivo é frear o avanço dos preços e segurar as expectativas de inflação, que corre o risco de estourar o teto da meta deste ano (4,5%).