PL pede a cassação do mandato do senador eleito Sérgio Moro
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou em pedido de cassação do mandato de Sérgio Moro (União), que o ex-juiz e ministro cometeu abuso de poder econômico e se beneficiou de caixa dois na disputa que o elegeu ao Senado pelo Paraná no ano passado. As informações são da coluna de Rogério Gentile, no UOL.
O processo do PL pela cassação de Moro foi aberto no dia 23 de novembro do ano passado e tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Na ação, o partida diz que Moro e seu “abuso de poder econômico” gerou um “desequilíbrio” na disputa eleitoral ao Senado.
“O que se inicia como uma imputação de arrecadação de doações eleitorais estimáveis não contabilizadas, passa pelo abuso de poder econômico e termina com a demonstração da existência de fortes indícios de corrupção eleitoral”, disse o PL na ação.
Além disso, o PL ainda diz a pré-candidatura de Moro à Presidência da República foi apenas um “estratagema pernicioso” para ele poder driblar a legislação e o teto de gastos da disputa ao Senado, desde sempre sua “verdadeira” intenção.
“O conjunto das ações foi orquestrado de forma a, dentre outras irregularidades, usufruir de estrutura e exposição de pré-campanha presidencial para, num segundo momento, migrar para uma disputa de menor visibilidade e teto de gastos vinte vezes menor, carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente”, declarou o partido.
De acordo com o PL, somando-se os gastos da pré-campanha com os da campanha, o custo teria sido de, no mínimo, R$ 6,7 milhões. O teto da campanha ao Senado era de cerca de R$ 4,4 milhões, disse o PL na ação.
Moro ainda não apresentou defesa no processo. À coluna do UOL, o senador eleito declarou que não houve caixa dois e afirmou que vai processar os responsáveis. Na nota, o ex-juiz ainda citou o PT, adversário do PL.
Veja nota de Moro na íntegra:
“Eu e meus suplentes ainda aguardamos ser notificados pela Justiça Eleitoral. Daquilo que vi pela imprensa, porém, percebo tratar-se de uma ação feita em parceria pelo PL/PR e Podemos, ou seja, entre o segundo e terceiro colocados derrotados, atendendo aos interesses de uma nova eleição e do PT.
Vejo que o PL/PR emprestou seu nome e o Podemos entrou com os seus advogados e com documentos internos vazados ilegalmente.
Renata Abreu, Fernando Giacobo, Álvaro Dias e Paulo Martins são os responsáveis!
Todavia, nada temo. Sei da lisura das minhas ações, suplentes e fornecedores. Não houve aplicação ilegal de recursos, tampouco caixa 2, triangulação ou gastos além do limite, como sugerem provar apenas com matérias de blogs e notícias plantadas. A ilustrar o absurdo da ação encontra-se a afirmação fantasiosa de que a pré-candidatura presidencial teria beneficiado minha candidatura ao Senado quando foi exatamente o oposto, tendo o abandono da corrida presidencial gerado não só considerável e óbvio desgaste político, mas também impacto emocional.
Tentam nos medir com a régua deles. Mas nossa retidão moral é inabalável e inquestionável, como será novamente demonstrado.
Ao final serão processados, eles sim, pelas falsidades levantadas.
Sérgio Moro”