Além de tratarem de assuntos ligados ao ex-presidente Lula e às campanhas eleitorais do PT, os depoimentos do ex-ministro devem abordar esquemas ilegais em empresas do sistema financeiros.
O ex-ministro Antonio Palocci, réu por corrupção e lavagem de dinheiro em processo conduzido pelo juiz Sérgio Moro, participou de uma reunião, nos últimos dias, com os investigadores da Lava Jato, e deu o primeiro passo para o acordo de delação premiada.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, além de tratarem de assuntos ligados ao ex-presidente Lula e às campanhas eleitorais do PT, os depoimentos do ex-ministro devem abordar esquemas ilegais em empresas do sistema financeiros, a exemplo de bancos, além de conglomerados que não integram grupos de empreiteiras.
Palocci está preso desde setembro de 2016, na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Ele é defendido pelo advogado Roberto Batochio, o mesmo do ex-ministro Guido Mantega e de Lula, que chegou a ameaçar deixar o caso se o cliente tomar a decisão de firmar acordo de delação. “Ele não falou nada para mim nesse sentido”, afirmou.
Da reunião entre Palocci e a força-tarefa, além de representantes do Ministério Público Federal (MPF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), a Polícia Federal também foi convocada, a pedido do investigado. O delegado Felipe Pace, que conduziu as investigações que levaram à prisão do político, participou do encontro.
Desde 2016, a PF não participava de delações negociadas pelo MPF e PGR. Há um ano, o procurador-geral Rodrigo Janot entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para proibir a PF de negociar delação premiada.
Ainda segundo a Folha, a sugestão para que a PF sentasse à mesa partiu do empreiteiro Marcelo Odebrecht, que assinou delação em dezembro. Marcelo teria dito que enfrentou problemas em temas da delação sobre os quais os procuradores não tinham tanto conhecimento. Ele teria argumentado que a PF pode ajudar a dar foco em assuntos mais relevantes, daí a tentativa de Palocci de incluir os federais em seu acordo.