NOVA BAHIA 2024

Ouro no Pan, Alisson Santos, o Piu, pula barreiras ‘sem baixar a cabeça para ninguém’

Com o quarto melhor tempo do mundo em 2019 (48s45), que para efeito de comparação lhe daria a medalha de prata no Campeonato Mundial de 2017, Alison Santos conquistou o ouro na prova dos 400 m com barreiras dos Jogos Pan-Americanos de Lima nesta quinta-feira (8).

O feito confirma a ascensão meteórica do corredor de 19 anos, conhecido pelo apelido Piu. É a quinta vez nesta temporada que ele baixa sua melhor marca, fato que já o projeta para brigar por coisas grandes em competições internacionais, como o Mundial de Doha, que será disputado em outubro.

“Eu estou muito feliz. A cada corrida é uma surpresa, um recorde. Estar correndo sempre no melhor resultado ou perto dele dá uma constância para você chegar ao Mundial e não baixar a cabeça para ninguém, porque somos todos iguais ali”, afirmou o atleta nascido em São Joaquim da Barra (SP).

Um acidente com uma panela de óleo que caiu sobre a sua cabeça quando era bebê deixou cicatrizes principalmente na região da testa e do rosto. As queimaduras de terceiro grau o fizeram ficar internado por mais de quatro meses, mas não o impediram de desenvolver seu potencial no atletismo anos mais tarde.

A partir de 2016, ele viu que poderia se dar bem nos 400 m com barreiras e apostou na prova, incentivado por sua ex-treinadora, Ana Cláudia Fidélis, que também havia sido “barreirista”. “No atletismo não é a gente que escolhe a prova, mas a prova que nos escolhe”, disse.

Hoje ele treina sob o comando de Felipe de Siqueira no clube Pinheiros, em São Paulo.

Alison, cujo apelido origina de um outro Piu com quem achavam que ele era parecido na sua cidade natal, ainda tem idade para competir em eventos juvenis, mas conta que se sente melhor ao lado dos adultos. “Talvez possa ser por ter menos pressão”.

Nesta quinta, ele disputava o primeiro lugar com o dominicano Juander Santos até os metros finais da prova, quando o rival tropeçou na última barreira e o brasileiro disparou sozinho rumo ao ouro.

“Na hora vi que ele bateu na barreira, mas não vi que ele caiu. Não queremos que ninguém sofra um acidente, queremos o melhor para todo mundo. Fico muito triste com a queda dele, porque ele poderia ter feito um bom resultado também”, declarou.

SIEL GUINCHOS

Veja também

GOVERNO DA BAHIA