Dores nas articulações, cansaço e manchas vermelhas na pele. Esses foram os sintomas que acenderam o alerta da estudante Fernanda Passos, 27, em junho deste ano. A jovem procurou atendimento médico e recebeu o diagnóstico de zika pela segunda vez. O primeiro foi há oito anos, em 2015. Fernanda representa um dos 1.724 casos da doença registrados este ano na Bahia – o que representa um aumento de 58,9% em relação ao ano passado.
Entre 1º de janeiro e 4 de novembro de 2022, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) identificou 1.079 casos prováveis de zika. O número engloba pacientes com diagnósticos inconclusivos. Neste ano, 139 municípios baianos realizaram notificação para o aumento da doença e cinco deles tiveram incidência de mais de 100 casos a cada 100 mil habitantes.
De acordo com a Sesab, as cidades com maiores incidências da doença são Itapé, Vera Cruz, Piripá, Malhada de Pedras e Barra da Estiva. Até agora, nenhum óbito em decorrência da zika foi registrado na Bahia.
Para ter a certeza do diagnóstico, é preciso realizar exames laboratoriais, como explica o virologista Gúbio Soares. “Os sintomas da zika e da dengue são muito parecidos e o diagnóstico de laboratório é essencial. Eles podem ser encontrados em postos de saúde e em farmácias”, diz.
O aumento do número de casos de zika acompanha o crescimento da quantidade de pacientes com dengue no estado. Ambos estão relacionados às altas temperaturas registradas na Bahia, que favorecem a proliferação do vetor das doenças, o mosquito aedes aegypti.
“Estamos entrando nas semanas do ano em que o número de casos deve aumentar, além da onda de calor que atinge todo o Brasil, acompanhado de chuvas”, explica Alberto Chebabo, presidente da Associação Brasileira de Infectologia. Correio da Bahia