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Nova tecnologia ajuda no tratamento de AVC

Quase todos os hospitais privados da capital baiana já utilizam a Trombectomia Mecânica, contudo, o tratamento ainda não está disponível no SUS.

Popularmente conhecido com derrame, o acidente vascular cerebral (AVC) está entre as principais causas de morte no Brasil. Na Bahia, somente nos primeiros seis meses deste ano, 4,7 mil pessoas foram hospitalizadas por conta da doença, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). O uso de  uma nova tecnologia no tratamento de pacientes é uma esperança para reduzir essas estatísticas.

Segundo Artur Souza, neurologista do Hospital da Bahia, existem alguns casos de AVC isquêmico – caracterizado pelo entupimento das artérias – nos quais o paciente não responde bem à medicação. Geralmente são os quadros mais graves, quando, por exemplo, há uma artéria de grosso calibre obstruída.

“Nesses casos tem o benefício da gente fazer a  Trombectomia Mecânica, que é ir com  um cateter por dentro das artérias e tirar esse coágulo. Podemos usar um aspirador ou outros dispositivos para fazer isso. Aí o paciente volta a ter o fluxo sanguíneo normal e tende a melhorar”, explica o especialista.

SUS não tem o método

O neurologista revela que desde o final de 2015 diversos estudos científicos têm comprovado a eficácia do método. De acordo com Artur Souza, quase todos os hospitais privados da capital baiana já utilizam a Trombectomia  Mecânica. Contudo, o tratamento ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, segundo ele, o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) está em processo de credenciamento para usar a nova tecnologia.

Porém, Artur Souza ressalta que o grande segredo do tratamento de vítimas de AVC não é, necessariamente, ter a disponibilidade do método, mas sim o corpo médico ter a organização para reconhecer que o paciente tem indicação para utilizar a técnica e tratá-lo  o quanto antes. “ Porque o tempo é fundamental, então se a gente demora muito para reconhecer que esse paciente pode se beneficiar dessa tecnologia, o benefício passa a ser pequeno”, esclarece.

O médico salienta que é por esse motivo que os neurologistas do Hospital da Bahia  seguem  rígidos protocolos no que se refere ao trato da doença. As diretrizes médicas estabelecem que ao chegar no hospital o paciente deve ser submetido rapidamente  a uma série de exames, com o intuito de definir qual tipo de tratamento será mais indicado para seu quadro clínico.

Alerta

“Não adianta ter toda a estrutura para tratar o paciente com AVC, se ele não chegar a tempo. É preciso, portanto, que a população conheça seus principais sinais e sintomas, e caso o notem, entendam que o paciente necessita de assistência médica imediatamente”, ressalta Artur Souza.

Souza explica que o principal sinal de alerta para o surgimento de um AVC é o início súbito de sintomas como fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

Fatores de risco

O AVC é mais frequente em pessoas do sexo masculino e também pode atingir os mais velhos. Doenças do coração (infarto, fibrilação atrial, doença nas válvulas, Doença de Chagas), tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, excesso de gordura no sangue, consumo de álcool e drogas são outros fatores de risco para o desenvolvimento  da doença.

Prevenção

Dr. Artur explica que existem diversos tipos de AVC e a única forma de diferenciá-los é com um exame de neuroimagem, normalmente uma tomografia. Ele explica que o tratamento indicado vai depender do tipo de AVC, mas reitera que 90% dos casos  podem ser prevenidos. “Diminuir a quantidade de gordura, adotar uma dieta saudável, parar de fumar, praticar exercícios físicos regulares, tratar corretamente a hipertensão, diabetes e visitar regularmente seu médico se for portador de algum fator de risco são fundamentais para a prevenção”.

 

Por Jordânia Freitas | Tribuna da Bahia

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