Em entrevista ao site O Antagonista, o ex-juiz defendeu o papel da Lava Jato no combate à corrupção, sua principal agenda de campanha
O ex-ministro da Justiça e pré-candidato à Presidência da República em 2022, Sérgio Moro, disse nesta quinta-feira, 18, que não guarda rancor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que não houve uma “cruzada pessoal” contra Lula durante a Operação Lava Jato.
Em entrevista ao site O Antagonista, o ex-juiz defendeu o papel da Lava Jato no combate à corrupção, sua principal agenda de campanha. “A gente tem que restabelecer a verdade”, disse Moro. “O que houve foram investigações que revelaram que a Petrobras foi saqueada. Ou vamos dizer aqui que a Petrobras não foi roubada como nunca antes na história desse País?”
Em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão que declarou Moro parcial ao julgar Lula no caso do triplex. Os efeitos da suspeição foram estendidos a dois processos que atingiam o petista na Lava Jato.
Moro também fez críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Para ele, a gestão é uma “nau sem rumo” e o Brasil “não tem projeto, nem liderança. Talvez o governo tenha um projeto para reeleição apenas”. O fim da reeleição no Brasil é uma das pautas defendidas pelo ex-juiz ao longo da entrevista.
“Nós estamos em um contexto em que nossas instituições são fortes, mas vimos como elas podem ser ameaçadas por autoritarismos”, disse Moro. “Nós estamos na América Latina. Nós temos ainda riscos de populistas e caudilhos.”
O ex-ministro, que apontou o nome de Affonso Celso Pastore como conselheiro econômico em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, disse que mantém uma equipe com quem se reúne semanalmente – e, em alguns casos, diariamente – mas ainda preferiu não revelá-los.