MAIS DESENVOLVIMENTO

Mineração baiana alcançou produção de R$ 7,8 bilhões

Ouro, cobre e níquel foram responsáveis por alavancar o desempenho, que cresceu R$ 1 bilhão em comparação com o ano passado. Setor trouxe 14 mil empregos formais para o Estado

A vocação da Bahia para o setor de extração mineral segue firme em 2022: de janeiro a setembro, a Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC) subiu para R$ 7,8 bilhões. O dado é da última edição do Sumário Mineral, elaborado periodicamente pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). O índice foi R$ 1 bilhão maior do que no mesmo período do ano passado, assegurando ao Estado o posto de primeiro colocado na produção mineradora do Nordeste. Vale lembrar que até o ano passado a Bahia também detinha a liderança na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) em 19 tipos de substâncias, como o diamante, o urânio, o vanádio e o níquel. A pasta considera o desempenho favorável, e acredita que é possível seguir avançando.

“A SDE trabalha na atração e manutenção de empreendimentos em todo o território baiano, então é animador ver os resultados positivos, a participação e a geração de emprego e renda nas cidades”, disse o titular José Nunes. E, de fato, os municípios ganham e muito com o bom desempenho da pesquisa mineral: um levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) mostrou que 182 cidades baianas foram beneficiadas com a CFEM, que possibilita a melhoria de suas infraestruturas, fazendo girar a roda da economia principalmente nas comunidades onde a mineração é a principal fonte de renda. Ao todo, a CFEM para o período apurado pela SDE foi de R$ 138 milhões, sendo que R$ 84 milhões foram diretamente para os municípios mineradores. Ainda de acordo com o Desenvolvimento estadual, o segmento arrecadou R$ 160 milhões de Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A cidade de Itagibá, uma das maiores produtoras de níquel do país e onde a Atlantic Nickel detém o maior campo de exploração da substância no Nordeste, liderou a atividade mineral baiana (19%). A produção do ouro conferiu a Jacobina o segundo lugar na PMBC, com 17% de participação, enquanto o cobre produzido em Jaguarari levou o município à terceira colocação, respondendo por 12% do segmento. Além de receita para o Estado e cidades ligadas à mineração, o setor também traz oportunidades de colocação: foram mais de 14 mil empregos formais ligados às produções de minerais e atividades de apoio, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Como cada emprego direto tem o poder de gerar, no mínimo, dez indiretos por meio dos outros setores ligados à pesquisa de minérios, o potencial de abertura salta para mais de 150 mil vagas. Deste modo, o desenvolvimento das cidades mineradoras é alavancado. “A mineração tem papel fundamental para o crescimento do estado. As cidades onde estão situadas as empresas são beneficiadas tanto com o dinheiro da CFEM que retorna para o município quanto pelos empregos gerados, que normalmente pagam três vezes a mais do que em outros setores, beneficiando toda a economia da cidade”, salientou Antônio Carlos Tramm, presidente da CBPM.

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