O contrato de cacau para março registrou ontem um movimento de alta pelo terceiro dia consecutivo, encerrando o pregão a US$ 11.675 por tonelada, após oscilar entre a mínima de US$ 11.409 e a máxima de US$ 11.777. O mercado negociou 8.651 contratos, com um volume total de 23.616 contratos e um interesse em aberto de 124.346 contratos.
Estoques em Níveis Históricos Baixos
Os estoques monitorados pelo ICE (Intercontinental Exchange) nos portos dos EUA atingiram os menores níveis dos últimos 21 anos, com apenas 1.281.103 sacas disponíveis. Esse declínio histórico reflete o aperto na oferta global, intensificando a pressão nos preços, que já estão em alta devido a preocupações climáticas na África Ocidental, principal região produtora de cacau.
Clima Desafiador no Oeste da África
A Maxar Technologies, empresa de meteorologia, destacou que os ventos sazonais do Harmattan deste ano são os mais secos em seis anos. Esse fenômeno climático, caracterizado por ventos secos e poeirentos, tem impactado negativamente as plantações de cacau na Costa do Marfim e em Gana. Relatos de agricultores locais indicam que os cacaueiros estão começando a sofrer os efeitos desse clima adverso, com folhas amarelando e vagens murchando, comprometendo o desenvolvimento das safras.
Preocupações para o Futuro
Os desafios climáticos e a redução significativa dos estoques reforçam um cenário de incertezas para o mercado de cacau. Especialistas apontam que, se as condições climáticas não melhorarem, a produção pode ser ainda mais impactada, sustentando os preços em níveis elevados no curto e médio prazo.
Com as próximas colheitas sendo diretamente influenciadas pelo clima e pela recuperação dos estoques globais, o mercado continuará acompanhando de perto o comportamento dos ventos sazonais e as previsões meteorológicas para os próximos meses.
Fonte: mercadodocacau