Um advogado de 61 anos foi morto a tiros, no início da tarde desta terça-feira (2), quando visitava um imóvel em Bariri (56 quilômetros de Bauru) arrematado por ele em um leilão. O suspeito de cometer o crime é o ex-proprietário da casa, um engenheiro eletrônico de 66 anos, que foi preso em flagrante.
De acordo com o registro policial, por volta das 12h30, a vítima Guido Sérgio Basso, que mora em Bastos, foi até a residência que arrematou em um leilão, localizada na rua José Bonifácio, no Centro, acompanhado da esposa, de 58 anos, para fazer a medição visando à regularização da matrícula.
Dentro do local, ele teria se deparado com o antigo proprietário do imóvel, Cyro César de Aguiar. A mulher do advogado, que ficou do lado de fora, contou que ouviu pelo menos três disparos de arma de fogo e que, ao tentar entrar, o suspeito teria lhe apontado uma arma, ameaçando-a de morte.
Ela disse à polícia que correu e pediu ajuda a uma vizinha. A Polícia Militar (PM) foi acionada e, quando a equipe chegou, encontrou Basso caído no chão de um dos quartos, já sem vida, com um revólver de calibre 32 em sua mão direita, com quatro cartuchos deflagrados e dois cartuchos intactos.
Aguiar foi detido pela PM na casa de sua ex-mulher, no Jardim Nova Bariri. Conduzido à delegacia, ele foi autuado em flagrante por homicídio simples e permaneceu detido aguardando apresentação na audiência de custódia nesta quarta-feira (3). A Polícia Civil representou pela prisão preventiva dele.
Versões
A esposa da vítima disse à polícia que o seu marido abriu o portão da garagem da residência, que estava encostado, e que, já na porta da sala, teria sido advertido pelo suspeito para que não entrasse, mas acabou não respeitando o pedido dele.
Ela afirma que, quando eles saíram do seu campo de visão, ouviu pelo menos três disparos e chamou pelo marido, indo até a porta da sala. Supostamente ameaçada pelo morador, e sem que o marido respondesse ao seu chamado, saiu correndo.
Nesse momento, a mulher alega que ouviu mais um disparo. Ainda segundo o registro policial, ela declarou que o marido não possuía arma de fogo. Procurado pela reportagem, o advogado de Aguiar, Eliel Oioli Pacheco, apresentou outra versão.
De acordo com ele, apesar de o imóvel ter sido arrematado em leilão pelo advogado, ainda existia uma discussão judicial pendente em relação ao caso e, por isso, seu cliente ainda morava na casa e defendia que só sairia mediante ordem judicial.
O advogado afirma que Basso entrou armado pedindo para que o engenheiro eletrônico saísse, mas ele se recusou. “Ele apontou essa arma para o Ciro e atirou, mas errou o tiro. Isso está sendo objeto de perícia porque teria atingido uma parede”, diz.
“O Ciro saiu correndo da sala e foi para o quarto. Ele foi atrás dele no quarto e, quando ele chegou, eles entraram em luta corporal. Nesse momento, diz o Ciro que conseguiu pegar na mão do falecido e a arma, ainda em punho dele, fez os disparos”.
Além das perícias no local e no revólver, a Polícia Civil requisitou a realização de exame residuográfico nas mãos do suspeito e da vítima. O caso segue sob investigação. Até o fechamento desta edição, não havia informações sobre data e local do sepultamento de Basso, que deixa mulher, dois filhos e uma neta.
Lilian Grasiela
Fonte: www.jcnet.com.br