Decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia aponta falhas graves na metodologia e falta de transparência em pesquisa eleitoral.
Ituberá, Bahia – Em uma decisão tomada no dia 28 de setembro de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) suspendeu a divulgação de uma pesquisa eleitoral registrada sob o número BA-03027/2024. A pesquisa, conduzida pela Seculus Consultoria e Assessoria e veiculada pela Bahia Notícias/S2R Comunicação, foi alvo de uma ação impetrada pela coligação “A Vez do Povo”, que questionou a integridade dos dados e a metodologia utilizada.
O relator do caso, desembargador Maurício Kertzman Szporer, acatou o pedido da coligação e deferiu a liminar que impede a publicação dos resultados da pesquisa. A coligação alegou que a pesquisa apresentava sérias falhas metodológicas, entre elas a amostragem aleatória simples, incompatível com o método de estratificação necessário para esse tipo de estudo. Além disso, foram destacados problemas como o uso de dados desatualizados do censo do IBGE de 2010 e uma margem de erro considerada alta, de 3,95%.
Outro ponto crucial levantado na ação foi a falta de transparência na ponderação de variáveis importantes, como gênero e idade, bem como a ausência de detalhes sobre a auditoria dos questionários.
Em sua decisão, o magistrado afirmou que a metodologia empregada na pesquisa poderia comprometer os resultados, enfatizando a importância do rigor técnico em pesquisas eleitorais. “As pesquisas eleitorais devem ser conduzidas com rigor técnico e metodológico, a fim de evitar distorções nos resultados, vez que essas podem conduzir a conclusões que não representam a realidade”, pontuou o desembargador Szporer.
A decisão judicial impõe ainda uma multa de R$ 50.000,00 para as empresas responsáveis pela pesquisa caso descumpram a ordem e divulguem os dados coletados.
Essa decisão pode influenciar o andamento da campanha em Ituberá, uma vez que pesquisas eleitorais têm grande impacto na percepção dos eleitores. A divulgação de dados inconsistentes ou fraudulentos pode distorcer a realidade política local, o que justifica a necessidade de maior fiscalização.
Os próximos passos incluem a manifestação do Ministério Público Eleitoral e a resposta das empresas envolvidas no caso.
Confira o teor da decisão