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Impacto comercial da gripe aviária nas exportações de frango do Brasil repercute na imprensa internacional

Impacto comercial da gripe aviária nas exportações de frango do Brasil repercute na imprensa internacional

Impacto comercial da gripe aviária nas exportações de frango do Brasil repercute na imprensa internacional © REUTERS – Diego Vara

Depois do embargo das importações de frango brasileiro para União Europeia, anunciado na segunda-feira (19), veículos de imprensa europeus explicam os impactos que a gripe aviária pode causar à economia. Parte dos jornais e sites especializados destacaram que o “Brasil não está mais autorizado a exportar aves e produtos de carne de frango para a União Europeia (UE) devido à epidemia de gripe aviária no país”. A UE, no entanto, não especificou o tempo da suspensão.

O assunto já havia sido abordado na imprensa internacional quando o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Favaro, confirmou, ainda na sexta-feira (16), o primeiro surto de gripe aviária no sul do país. Imediatamente a China, maior comprador de carne de frango brasileiro, com mais de 562 mil toneladas em 2024, cancelou todas as importações de aves do Brasil por 60 dias.

Em seguida, vários países fizeram o mesmo até chegar na União Europeia. A revista especializada La France Agricole, estima que o bloqueio da UE será pouco sentido, já que os países do bloco apresentam apenas um “pequeno mercado para o Brasil, dominado pela China, Emirados Árabes Unidos, Japão, Arábia Saudita e África do Sul”.

O bloco europeu importou mais de 231 mil toneladas de carne de frango brasileira no ano passado, o que representa 4,49% das exportações do país desse produto, detalha o veículo especializado.

Impacto financeiro

O site francês de notícias do mundo agrícola, Réussir, apontou que a “gripe aviária pode fazer o Brasil perder US$ 1 bilhão” e acrescentou que o governo brasileiro está intensificando seus esforços para conter o surto e recuperar rapidamente seu status de país livre da doença. O Brasil “teme as consequências comerciais, em um momento em que vários parceiros importantes, incluindo a União Europeia, já introduziram embargos”, explica o site.

“As condições de importação da UE exigem que o país exportador [Brasil] esteja livre da gripe aviária altamente patogênica”, por isso, como as autoridades brasileiras não podem assinar os certificados de saúde animal para exportação para o bloco, “nenhum produto avícola pode ser exportado para a UE a partir do território brasileiro”, disse um executivo da UE citado pela agência Reuters.

Nos Estados Unidos, mais de 30 milhões de galinhas foram sacrificadas desde o início do ano para evitar a propagação do vírus. O número crescente de casos de gripe aviária nas fazendas americanas dizimou a oferta e transformou os ovos em um símbolo da inflação norte-americana.

Tailândia torce por deslize do Brasil

A Tailândia, que é o sétimo produtor mundial de carne de aves (3,4%) e o quarto mercado exportador mundo (8,5%), poderia se beneficiar da crise brasileira caso o surto de gripe aviária siga sem controle nos próximos 60 dias de bloqueio. O país visa o marcado chinês, analisa, nesta terça-feira, o noticioso localizado em Bangkok, Kaohoon.

O jornal local, entretanto, aposta que as autoridades brasileiras pouco provavelmente permitirão “uma escalada fora de controle”, destacando que o Brasil pode ter suas exportações prejudicadas pela gripe aviária. E enfatiza que o gigante concorrente é “o maior produtor e exportador de frango do mundo”.

Investigações sobre o surto

O surto foi detectado no sul do Brasil, em uma fazenda que abastece a Vibra Foods, uma empresa brasileira apoiada pela Tyson Foods, de acordo com duas fontes próximas ao caso.

Dois dos casos ainda sob investigação dizem respeito a aves criadas em fazendas comerciais e cinco envolvem rebanhos de fundo de quintal no Brasil. O país vendeu cerca de US$ 10 bilhões em produtos de frango em todo o mundo no ano passado, fornecendo mais de 5 milhões de toneladas.

Um dos casos que permanecem sob investigação ocorreu em uma granja comercial no estado de Tocantins e o outro em uma granja comercial em Santa Catarina, de acordo com as autoridades.

O primeiro surto em uma fazenda comercial foi confirmado na semana passada no estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil.

“As pessoas estão em alerta máximo”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Favaro, a repórteres de TV na segunda-feira, referindo-se aos casos sob investigação. “Os agricultores, seja em fazendas comerciais ou de subsistência, informam quando veem um animal doente, e é bom que seja assim”, garantiu.

Segundo a Agência Brasil, as exportações de carne de frango podem ser retomadas dentro de 28 dias, a partir do controle que vem sendo realizado para as autoridades a fim de erradicar e resolver o surto. A pasta da Agricultura e Pecuária garantiu que a gripe aviária não deve impactar preço da carne de frango no território brasileiro.

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