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Fisioterapeuta explica o que é espasmo muscular, quais os sintomas, causas e tratamentos

O QUE É ESPASMO MUSCULAR?

Quem assistiu ao jogo do Brasil na última quarta-feira acompanhou com certa apreensão a saída do lateral esquerdo, Marcelo, que precisou ser substituído aos nove minutos do primeiro tempo por conta de um espasmo na região lombar.

Mas afinal, o que é isso?

O espasmo muscular é uma contração involuntária e sustentada de um músculo ou grupo muscular. Em uma situação normal os nossos músculos tem a capacidade de contrair e logo depois relaxar, no entanto, quando ocorre o espasmo o músculo não consegue relaxar após a contração, o que causa dor e enrijecimento local. Talvez até mesmo você já tenha sentido isso, quando após um movimento brusco sentiu uma “fisgada” seguida de “travamento” da coluna.

O espasmo é um mecanismo de proteção dos músculos em resposta a uma lesão, inflamação ou estiramento do próprio músculo ou de outros tecidos próximos, como ligamentos, nervos, ossos e tendão. No local onde ocorre, a pele costuma ficar com uma coloração mais avermelhada e quente quando comparada a pele das regiões vizinhas. Ao toque, o músculo em espasmo tem uma consistência mais dura e muitas vezes pode ser sentido algo como um “caroço” no local.

Embora o espasmo muscular possa ocorrer em qualquer pessoa, o risco é maior em atletas, por conta dos movimentos rápidos e posturas exigidas pelo esporte. Na maioria das vezes, não há consequências graves, apenas um incômodo na região. Porém, a depender da causa e tipo de espasmo, é preciso o acompanhamento médico e tratamento fisioterapêutico.

Quanto tempo dura o espasmo?

Não há um tempo padrão. O espasmo pode durar desde segundos a vários dias, podendo até mesmo dificultar as atividades diárias.

O que pode causar o espasmo muscular?

Vários fatores podem levar a essa condição, como por exemplo:

  • Fatores psicossociais, incluindo estresse e conflitos emocionais: nesse caso, pode ser necessária a ajuda do psicólogo. No caso de Marcelo, a pressão de estar em uma Copa do Mundo, juntamente com outros fatores, pode ter facilitado a ocorrência do espasmo.
  • Estresse físico/sobrecarga muscular: Ex.: levantar um peso maior do que o corpo pode aguentar ou exercitar-se intensamente, sem o descanso necessário. No caso do jogador Marcelo, o histórico de lesões e alto volume de treinamento e exigência muscular também podem ter tido uma influência importante.
  • Má qualidade do sono;
  • Movimentos súbitos, traumas/pancadas;
  • Estiramento de músculos ou ligamentos, fraturas ou estresse ósseo;
  • Desidratação durante exercícios prolongados: por isso, ao fazer exercícios é importante levar sempre o seu vaso de água e hidratar-se constantemente.

Espasmo muscular pode ser sintoma de alguma doença?

Em alguns casos, sim. O espasmo pode estar associado a alguma doença ou condição de saúde que requeira cuidados médicos, a exemplo de doenças metabólicas, musculares e do sistema nervoso, além de poder indicar um problema mais grave na coluna. Por isso a importância de procurar ajuda especializada, principalmente após um trauma ou quando os espasmos são frequentes.

Qual o tratamento?

O tratamento pode incluir medicamentos como anti-inflamatórios e relaxantes musculares, fisioterapia, terapias complementares, massagem, acupuntura, dentre outros. Quanto ao tratamento fisioterapêutico, hoje existem diversas técnicas que podem ser utilizadas, a exemplo do calor terapêutico, eletroterapia, agulhamento a seco, ventosaterapia, terapia manual, bandagem funcional, quiropraxia e osteopatia.

Quais as chances do Marcelo jogar na próxima disputa?

Tudo depende do que foi encontrado na avaliação realizada pela equipe técnica e como o corpo do jogador está reagindo ao tratamento. Segundo o boletim médico, o espasmo ocorreu na musculatura estabilizadora da coluna, uma estrutura fundamental que permite dentre outras coisas, que o atleta possa desenvolver boa velocidade durante corridas e dribles, além de possibilitar que todos os movimentos executados sejam feitos com segurança.  Felizmente, Marcelo tem reagido bem ao tratamento e há grandes chances de jogar na segunda. Ficaremos na torcida para que a recuperação seja bem sucedida!

 

Clara Lúcia Santos de Almeida
Fisioterapeuta pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Mestre em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós Graduação em Enfermagem e Saúde (PPGES) 
Pós graduada em Saúde Coletiva
Pós graduada em Fisioterapia Dermatofuncional
Formação nos métodos RPG e Pilates
Formação Internacional em Quiropraxia Instrumental- Método François Soulier
SIEL GUINCHOS

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