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Fiéis agradecem e renovam pedidos ao Senhor do Bonfim

Baianas fazem a lavagem do adro da Igreja do Bonfim

O tempo parecia que não ia ajudar os milhares de devotos a percorrerem quase 8 quilômetros nesta quinta-feira, 11, durante a tradicional Lavagem do Bonfim, em Salvador. A chuva que ameaçou atrapalhar uma das festas populares mais significativas do país logo deu lugar ao sol e ao clima quente que os baianos (e turistas que visitam a cidade nesta época) estão acostumados.

Logo cedo, por volta de 8h, o culto ecumênico que dá início aos festejos reuniu representantes de diferentes religiões – católica, espírita, hindu e de matriz africana -, que transmitiram mensagens de paz e respeito às diferenças e recados direcionados aos políticos.

“O Senhor do Bonfim é querido por todos os baianos. Por isso, peço que ele livre a cabeça desses políticos de hoje, que eles tenham equilíbrio, porque nos pagamos nossos impostos e temos que ser respeitados”, disse Aristides Mascarenhas, da Federação do Culto Afro-Brasileiro.

Já Ida Meireles, do Brahma Kumaris, falou sobre o significado da celebração. “Todos os anos, vejo mais alegria e entusiasmo. Temos que espalhar muita luz e muita paz. Não importa o que aconteça, tenho que dar esse sinal do fundo do coração. O dia da lavagem significa limpeza e bons sentimentos para todos”.

Devotos assistem a culto ecumênico que deu início aos festejos

Marcado pela presença do governador Rui Costa e do prefeito ACM Neto, o culto foi encerrado com o Hino ao Senhor do Bonfim, acompanhado pelos fiéis que cercavam a basílica. Em seguida, foi iniciada a caminhada até a Colina Sagrada.

A procissão foi comandada por 50 entidades folclóricas credenciadas, que incentivaram os devotos à caminharam com música e descontração. Muitos deles, como o taxista Mauro Lima e a aposentada Edite de Souza, vestiram suas melhores fantasias para reverenciar o Senhor do Bonfim e pedir suas graças: Mauro quer que o Bahia – tema do seu figurino – seja campeão brasileiro, e dona Edite deseja que o ano que se inicia seja sempre melhor que o anterior.

Por outro lado, houve quem estreou nos festejos, como o casal Vivian e Fabrício Todeschini, do Rio Grande do Sul. Eles passam férias na capital baiana com os quatro filhos e assistiram ao cortejo com olhos atentos. “Estamos amando”, disse Fabrício.

Iracema Queiroz vestiu-se de baiana pela primeira vez para participar do cortejo. “Estou no ‘axé’ há quatro anos, mas é a primeira vez que venho de baiana, para agradecer a meu pai Oxalá por ter permitido o nascimento do meu orixá”, diz ela, que prometeu participar da festa vestida de baiana pelos próximo sete anos.

Tradicional lavagem do Bomfim atraiu devotos de Gandu, baixo sul da Bahia

Família do Rio Grande do Sul e baiana estreavam nos festejos

Na chegada à Colina Sagrada, os devotos foram recepcionados pelo padre Edson Menezes, reitor da Basílica do Senhor do Bonfim, que proferiu a sua mensagem de paz para 2018 e, ao som do Hino do Senhor do Bonfim, deu lugar às baianas para a lavagem do adro da igreja.

 

Por Thaís Seixas | Ag. A TARDE

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