Manifestação é realizada por contrários ao resultado da vontade da maioria brasileira
O bloqueio nas rodovias brasileiras realizado por bolsonaristas inconformados com a derrota de Bolsonaro nas urnas tem sido alvo de uma série de críticas de entidades da Organização da Sociedade Civil, que consideram a ação como antidemocrática.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) divulgou nota pedindo pistas liberadas já.
“Os caminhoneiros autônomos e celetistas da base da CNTTL pedem que o Ministro Alexandre de Morais e as autoridades competentes ajam com rigor no cumprimento do comando constitucional e efetivem a prisão em flagrante de todos que estão nesse momento tentando subverter a ordem do Estado Democrático”.
A Confederação frisa que não existe paralisação de caminhoneiros. “Quem está desrespeitando a Lei e impedindo o direito de ir e vir dos cidadãos e o trabalho dos caminhoneiros são grupos armados que não aceitam o resultado democrático e soberano das urnas”, diz a Confederação.
A CNTTL critica os grupos que protestam por defenderem a intervenção militar e volta da ditadura, “pautas antidemocráticas que ferem à nossa Constituição, o direito de expressão e a liberdade individual”.
“Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva. Esse projeto que está foi derrotado ontem”, afirma o diretor da CNTTL, o caminhoneiro autônomo Carlos Alberto Litti Dahmer.
O Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) critica, em nota, o que considerou “ataques ao Estado Democrático de Direito, materializados nas restrições do direito de ir e vir”.
“A liberdade de reunião em locais públicos não pode afetar o exercício dos demais direitos fundamentais também consagrados, sobretudo para ratificar atitudes antidemocráticas, ocasionando restrição à liberdade de pessoas e bens, acarretando danos à ordem, à economia, à subsistência e à saúde das pessoas”, diz a entidade.
A entidade afirma ainda que confia no trabalho das autoridades competentes e “clamam pelo respeito à decisão do Supremo Tribunal Federal pela aplicação das medidas adequadas, civil e criminalmente, com a pretensão de coibir a perturbação da ordem pública e o desrespeito à democracia”.
A Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) reforçou que mais de 124 milhões de eleitores compareceram às urnas para manifestar suas escolhas para presidente.
“A todos os candidatos e candidatas a Andifes manifesta seu apreço pela participação, que justifica e fortalece a democracia no Brasil, e deseja aos governantes eleitos, sobretudo ao presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que possam exercer seus mandatos de modo pleno, mantendo o respeito, a transparência e tendo sempre os interesses do povo brasileiro como norte de suas atuações e condutas”.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) afirmou, em nota, que alertou as autoridades para o impacto gerado na malha aérea em consequência do bloqueio de estradas e rodovias em diversos pontos do país.
Segundo a associação, caso o cenário se mantenha, ao longo do feriado o setor poderá sofrer com desabastecimento de combustível.
“O transporte aéreo também pode ser impactado pela dificuldade de chegada de profissionais, tripulantes e passageiros aos aeroportos, inviabilizando a operação e prejudicando, ainda, atividades essenciais como o transporte gratuito de órgãos para transplantes e o envio de cargas. A Associação se coloca à disposição das autoridades para auxiliar nas medidas necessárias para minimizar eventuais transtornos”.
A ABER recomenda que os passageiros busquem se deslocar com antecedência e atentem para a situação das vias de acesso aos aeroportos.