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Energia eólica bate recordes na Bahia e impulsiona geração de empregos

Em Jacobina, na TEN, fábrica de torres eólicas, são gerados mais de 700 empregos diretos

A energia gerada pelos ventos tem ganhado força na Bahia. O estado segue liderando a produção eólica no país e fechou o primeiro semestre de 2022, com 35,01% da geração nacional dessa energia renovável de todo o Brasil. Os dados são dos indicadores energéticos, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), que apontam ainda que o estado é líder na comercialização dos leilões de energia eólica, abrangendo 32,46% de todos os empreendimentos comercializados.

Atualmente, a Bahia conta com 233 parques eólicos. A energia gerada tem capacidade para abastecer 17 milhões de residências, favorecendo cerca de 51 milhões de habitantes em 23 municípios: Bonito, Brotas de Macaúbas, Brumado, Caetité, Cafarnaum, Campo Formoso, Casa Nova, Gentio do Ouro, Guanambi, Igaporã, Iraquara, Licínio de Almeida, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Ourolândia, Pindaí, Riacho de Santana, Sento Sé, Sobradinho, Souto Soares, Umburanas, Várzea Nova e Xique-Xique. Juntas, as usinas promoveram a criação de 91,6 mil empregos. Segundo a secretaria de desenvolvimento econômico.

Geração de emprego na fabricação das torres eólicas

Paralelo ao crescimento da geração de energia eólica no estado, as empresas que fabricam as torres em aço impulsionam o mercado e também geram empregos. Como é o caso da Torres Eólicas do Nordeste (TEN), fábrica baiana que atualmente emprega 700 funcionários.

A empresa está instalada no município de Jacobina e funciona com produção ininterrupta de torres. São quatro turnos de trabalho por dia, funcionando por 24 horas, priorizando a contratação da mão de obra de Jacobina e região. “Entre os nossos colaboradores 83% são da região. A gente atua num esforço de formação de mão de obra local por meio de cursos em parceria com o SENAI. Contribuir com o crescimento de região de forma sustentável, através da geração de empregos e energia limpa, é o compromisso da Torres Eólicas do Nordeste”, diz Carlos Augusto Albuquerque Konopatzki, diretor geral da TEN.

A fábrica é baiana e está localizada na cidade de Jacobina, estrategicamente situada próxima aos principais projetos de energia eólica do Nordeste, região que concentra mais de 80% dos parques eólicos do país. A TEN Fica bem perto da maioria desses 23 municípios baianos com parques instalados. Dessa forma, oferece a seus clientes significativa redução de custos com transporte.

Um estudo recente, feito pela Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEólica demostrou os efeitos positivos do setor eólico na geração de empregos e economia do país. O material foi elaborado por Bráulio Borges, pesquisador-associado do FGV-IBRE e economista-sênior da LCA Consultores e chegou-se a uma estimativa de quase 196 mil empregos entre 2011 e 2020, ou 10,7 empregos por MW instalado na fase de construção dos parques.

O estudo também apontou um média de 0,6 empregos por MW instalado para Operação & Manutenção. “Internacionalmente, trabalhamos com valores que vão de 10 a 15 postos de trabalho por MW. Com esse valor de 10,7 estamos num cenário razoavelmente conservador de estimativa, e agora queremos refinar estes dados para termos um cenário ainda mais detalhados do que geramos de empregos pelo País. Neste exato momento, temos quase 5 GW em construção pelo País, então com esse valor do estudo sabemos que são mais de 50 mil trabalhadores neste momento construindo nossas futuras eólicas, além dos mais de 15mil em Operação & Manutenção”, explica Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica.

A pesquisa indicou também que cada R$ 1,00 investido em eólicas tem impacto de R$ 2,9 no PIB. Partindo do valor investido de 2011 a 2020, que foi de R$ 110,5 bilhões na construção de parques eólicos. “Esta é a prova de que, além de ser uma energia renovável, a eólica também tem um forte componente de aquecer atividades econômicas das regiões aonde chegam parques, fábricas e toda a cadeia de sua indústria. E este é um número fundamental num momento em que discutimos a retomada econômica verde” avalia Elbia Gannoum.

Energia Eólica no Brasil

O ranking de produção, liderado pela Bahia, com 35,01%, segue com Rio Grande no Norte em segundo, gerando 25,5% da energia dos ventos no país. O estado do Piauí aparece em terceiro com quase 15, seguido do Rio Grande do Sul com cerca de 8% e Ceará com aproximadamente 6%. Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Santa Catarina, Sergipe, Rio de Janeiro e Paraná fecham o ranking, nesta ordem, produzindo, cada um deles, menos de 5% da geração de energia eólica no país. “O avanço das tecnologias de captura dos ventos está permitindo disseminar em muitos estados a produção de energia eólica, transformando a fonte numa potência renovável no país com destaque internacional”, destacou Roberto Miranda, Diretor Comercial da TEN.

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