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Emprego atinge níveis pré-crise; no NE só piora

Apesar de primeiros sinais de reação, mercado de trabalho não se recupera da mesma forma em todo o País.

Apesar de o emprego dar os primeiros sinais de reação, o mercado de trabalho não se recupera da mesma forma em todo o País. Enquanto na região Centro-Oeste o total de pessoas em atividade já recuperou os níveis pré-crise, no Nordeste, essa trajetória vai na contramão: a queda da população ocupada só se aprofundou entre o primeiro trimestre de 2015 e os três meses encerrados em junho deste ano.

Nesse período, o número de pessoas com trabalho no Brasil caiu 2,4 milhões, segundo cálculos da consultoria A.C. Pastore e Associados, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-Contínua).

No Sudeste, a queda na indústria e na construção civil ainda impedem uma recuperação mais robusta no número de brasileiros ocupados. Sem depender demais de um setor específico, a região Sul, por sua vez, é a que já está mais próxima da retomada. Já o mercado de trabalho da região Norte, apesar de ter registrado queda no número de ocupados na indústria e também ser dependente de investimentos, tem números melhores que os dos Nordeste – uma queda amortecida, em partes, por resultados positivos na indústria extrativa.

A região que mais chama a atenção positivamente, no entanto, é o Centro-Oeste. A população ocupada no segundo trimestre superou em 17,1 mil a do primeiro trimestre de 2015, quando o País começou a ter redução no número de ocupados. A supersafra gerou um movimento em cadeia na região, que aumentou as contratações não só na agropecuária, mas também no setor de serviços. Lá, esse foi o segmento que puxou o número de ocupados para cima nos últimos três meses, com 149 mil a mais trabalhando desde 2015. Mato Grosso está atraindo mão de obra até de outros Estados.

Ao mesmo tempo, o Nordeste ainda amarga a maior perda de pessoas ocupadas e é a única região sem ter dois trimestres seguidos de queda no desemprego. Entre 2015 e junho, a queda da população ocupada nos Estados nordestinos foi de 1,9 milhão – reflexo da crise da indústria e da escassez de investimentos

O município de Cabo de Santo Agostinho é um retrato da situação precária do emprego na região: está entre as cidades do Nordeste que mais perderam postos de trabalho entre janeiro e agosto deste ano. Foram 2.449 postos a menos nesse período. A cidade divide com a vizinha Ipojuca a sede do conjunto que reúne porto, empresas, estaleiros e a refinaria de Abreu e Lima.

O município, que atraía mão de obra de outros Estados, hoje sofre com a falta de previsão para a construção da segunda fase de Abreu e Lima, com investimento estimado em mais de R$ 3 bilhões, e com o fim dos contratos para a construção de navios. Em frente à antiga prefeitura, onde os recém-chegados logo conseguiam trabalho, os moradores agora disputam uma vaga temporária – a maioria volta para casa sem nada.

 

Fonte: G1

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