Em Belo Horizonte, ao responder sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente, ministro da Justiça afirma que trabalho investigativo da corporação está sendo conduzido de forma “técnica e séria”
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, cumpriu agenda ontem, em Belo Horizonte, para entregar novas viaturas e anunciar investimentos federais em Minas Gerais. Apesar da presença do secretário de Segurança estadual, Rogério Greco, e do prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD), chamou a atenção a ausência do governador Romeu Zema (Novo).
Indagado sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Dino destacou que o trabalho investigativo da Polícia Federal (PF) está sendo conduzido de forma “técnica, séria e isenta”. “No sentido de não haver interferência externa, nem no sentido de perseguições, nem no sentido de haver proteções”, observou.
Bolsonaro é citado na investigação da venda ilegal de bens da União durante o mandato presidencial, por incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro e por supostas fraudes em cartões de vacinação para viajar aos Estados Unidos. Segundo Dino, há a possibilidade de o passaporte do ex-presidente ser apreendido, mas isso não foi solicitado à Justiça.
“Temos investigações em andamento, múltiplas, em que ele (Jair Bolsonaro) é citado. Claro que a PF até este momento não fez esse pedido (de apreensão do passaporte), porque as apurações estão em andamento. Não cabe a mim antecipar o que vai acontecer até o fim de uma investigação”, frisou.
Em relação a Zema, apesar das falas preconceituosas do governador — que dias atrás classificou o Norte e o Nordeste como “vacas menos produtivas” que estariam sendo favorecidas em pautas econômicas no Congresso e programas federais —, o ministério está de “portas abertas” ao diálogo.
“No governo federal, seguimos a diretriz do presidente Lula de tratar todos os estados de modo igual. Portanto, não fazemos distinções partidárias. É claro que gostaríamos que o senhor governador aqui estivesse. Tenho certeza de que, em outros momentos políticos, quem sabe o governador possa fazer esse diálogo. O ministério está de portas abertas para o governador Zema todas as vezes que ele quiser lá comparecer para fazer pedidos em nome da população mineira”, salientou Dino.