GANDUZÃO

Desistência de Rosemberg pela 1ª vice sepulta permanência de Angelo Coronel na majoritária, avaliaram os aliados; veja

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

A desistência do líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Rosemberg Pinto, em disputar a vice-presidência da Casa na eleição da Mesa Diretora na próxima segunda-feira (3) foi avaliada como “muita sensata” por fontes ligadas ao Palácio de Ondina ouvidas pelo Política Livre.

Conforme publicou o site nesta última quinta-feira (29), o próprio Rosemberg comunicou o recuo ao governador Jerônimo Rodrigues como forma de unificar a base e evitar um bate-chapa na disputa do cargo com o herdeiro do senador Angelo Coronel (PSD), Angelo Coronel Filho (PSD), que poderia ser alçado presidente da Assembleia em caso de impedimento de Adolfo Menezes (PSD) em permanecer à frente do Legislativo. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem parecer contrário a uma segunda recondução para os mesmos cargos nas Mesas Diretoras das Assembleias Legislativas, o que abre margem para que a recondução de Adolfo seja “barrada” pela Corte.

O recuo de Rosemberg, no entanto, ao mesmo tempo que retirou o PT da Mesa Diretora acabou “sepultando” a permanência do senador Angelo Coronel na chapa majoritária de 2026, que deverá contar com “três governadores” petistas: o senador Jaques Wagner e o governador Jerônimo Rodrigues candidatos à reeleição e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disputando a segunda vaga ao Senado Federal. Essa possibilidade, declarada exaustivamente à imprensa desde o início de janeiro por Jaques Wagner, foi uma jogada combinada entre ele e o governador, conforme publicou com exclusividade ao Política Livre no último dia 11.

A cúpula do governo, Wagner e Rui Costa vão chegar lá na frente e comunicar que Coronel não será o candidato”, disse uma fonte, sob reservas, a este Política Livre. Pelo critério de proporcionalidade, o PT ocupa hoje a primeira vice-presidência com o deputado Zé Raimundo. Com essa nova configuração, a vaga também vai ficar com o PSD, que deverá indicar a líder do partido na Assembleia, deputada Ivana Bastos.

Otto insatisfeito

Outra fonte governista revelou ao site ter conversado sobre o “imbróglio” envolvendo a eleição na Assembleia com o senador Otto Alencar. O aliado disse ter ouvido do presidente estadual do PSD sua insatisfação quanto ao tensionamento criado na base pelo colega de partido Angelo Coronel, que não reflete o posicionamento da legenda. “Otto Alencar não está aprovando a postura de Coronel, ele sempre defendeu a proporcionalidade. Ele é literalmente contra esta tensão que foi criada, ele tem dado depoimentos defendendo o direito de Coronel à reeleição, assim como ele sempre deu depoimentos defendendo que a vice-presidência da Assembleia continuasse com o PT”, contou.

Ainda de acordo com a fonte, “Coronel criou um problema para ele mesmo, que poderá lhe custar caro lá na frente”, em referência à possibilidade, já abortada, da disputa entre Angelo Filho e Rosemberg Pinto.

Conforme decisão anunciada pela cúpula do PSD no último dia 20, a condição para que não houvesse o bate-chapa era a convocação de uma sessão extraordinária antes do retorno dos trabalhos para que os deputados votassem um projeto de resolução para incluir no regimento interno um prazo para convocação de uma nova eleição em caso de vacância do cargo. Como Rosemberg desistiu, a situação ficou pacificada.

A decisão de Rosemberg foi muito sensata. Se Angelo Filho vencesse no bate-chapa, ele viraria presidente e Coronel ganharia musculatura. Para pressionar o governo, Angelo Filho poderia não pautar os projetos do Executivo, atrairia a oposição para o seu lado, assim como o pai fez em 2017 quando virou presidente da Casa. Isso criaria sérios problemas para o governo, foi a melhor decisão”, frisou a fonte. Carine Andrade/Política Livre

 

 

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