Desde junho, Salvador registra queda na taxa de internação por Covid-19, principalmente nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesta quinta-feira (15), a capital tem 50% de taxa de ocupação geral, sendo 51% de ocupação dos leitos de UTI para adultos.
Nos últimos meses, a prefeitura de Salvador desmobilizou 171 leitos, entre unidades clínicas e de terapia intensiva. Desse total, 50 foram desativados na quarta-feira (14), no hospital de campanha de Itapuã, sendo: 30 leitos de UTI e outros 20 leitos clínicos.
No auge da segunda onda da Covid, entre o final de 2020 e o começo de 2021, a capital baiana tinha 266 leitos de UTI em funcionamento, além de 331 leitos clínicos. Agora, são 206 leitos de UTI e 220 leitos clínicos.
De acordo com o secretário de Saúde da capital, Léo Prates, a medida de desmobilização dos leitos foi tomada por causa dos custos de manutenção das unidades.
“A desmobilização dos leitos advém de dois fatores. O primeiro fator é a baixa dos números. Nós chegamos a essa semana a 49% de ocupação de leitos de UTI. Então, lembrando que um hospital de campanha desse é algo bastante caro, complexo, leva dinheiro público e não está tendo demanda. A maioria dos hospitais que nós temos, nesse momento, está vazio. O segundo motivo é a ausência de financiamento federal. Para se ter uma ideia, no ano passado, o governo federal nos ajudou, em seis meses passou mais de R$ 50 milhões e esse ano foram R$ 38 milhões”, pontuou Léo.
Essa não é a primeira vez que a capital baiana desativa leitos de Covid-19. Em setembro de 2020, as unidades também foram desmobilizadas pelo mesmo motivo: a queda na taxa de ocupação.
O secretário detalhou ainda que os custos também têm se elevado, porque a Secretaria Municipal de Saúde está trabalhando em duas frentes, sendo uma delas exclusivamente voltada para a Covid-19.
“Então tem sido bastante custoso para o município. Então, tanto por dificuldades financeiras do próprio município – porque nós estamos praticamente com duas secretarias de Saúde, uma não Covid e outra Covid –, e outra pela baixa dos números, o prefeito Bruno Reis decidiu fazer isso porque já estava complicando as contas do município de Salvador e botando dificuldades que a gente que não gostaria de ver no município”, ponderou.
Apesar da desativação dos leitos, as unidades podem ser remobilizadas caso haja necessidade. Segundo Léo, algumas estruturas ficarão montadas, como a do hospital de campanha de Itapuã.
“Nós temos, por exemplo, no Hospital Salvador e na maioria dos hospitais, três fases. A gente está desativando as fases. Em alguns, como por exemplo o de Itapuã, a gente está desativando o hospital, mas a estrutura fica lá montada. Se for necessário, nós temos a expertise para remobilizar esses hospitais. Mas a gente espera que não seja necessário”.