SÃO PAULO – O general da reserva Hamilton Mourão (do PRTB) foi anunciado neste domingo como vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pela Presidência. O comunicado foi feito durante a convenção do PSL em São Paulo, em um clube na zona norte da capital paulista. O anúncio do militar frustou uma plateia que, antes do início do evento aclamava o administrador e membro da família imperial brasileira, Luiz Philippe de Orleans e Bragança como vice.
O “príncipe” — como tem sido chamado, apesar de não estar na linha direta de sucessão ao trono abolido no Brasil em 1889 —, ficará com o cargo de ministro das Relações Exteriores, garantiu Bolsonaro durante o evento caso a chapa de militares seja eleita.
Nos bastidores, o “príncipe” era considerado o preferido para o cargo de vice na campanha do capitão da reserva, que queria evitar uma chapa formada por dois milItares. A indicação de Mourão para vice de Bolsonaro será oficializada na tarde deste domingo na convenção do PRTB, partido comando por Levy Fidélix.
A convenção do PSL confirmou que o partido não terá candidato a governador em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. O evento oficializou a candidatura do deputado federal Major Olímipio ao Senado, além dos nomes de 170 candidatos a deputados estaduais, entre os quais o ator Alexandre Frota, e 105 a deputado federal, entre eles Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável que concorrerá à reeleição.
— Tivemos dificuldade de trazer quadros competitivos para o PSL. Quem quer vir para um partido com oito segundos — disse Major Olímpio, presidente do PSL em São Paulo. No palco, o parlamentar bateu continência a Bolsonaro em nome do “exército voluntário do Brasil.”
Segundo o dirigente, apesar de ter apenas 7 segundos na televisão e não ter palanque em São Paulo, a campanha de Bolsonaro contará com apoio de 120 mil policiais militares e movimentos de direita. Foi para este público que o deputado federal Eduardo Bolsonaro discursou defendendo o excludente de ilucitude para policiais que matarem em serviço. Com a medida, os agentes passariam a não ser processados criminalmente pelas mortes.
— Sabem por que nossos policiais morrem? é porque tem medo de apertar o gatilho e ser punido — diz o parlamentar, que é policial federal. Ele também defendeu que o próximo presidente libere o porto de armas para a população. — O Estatuto do Desarmamento ajudou vocês em algo?