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Bahia volta a chegar perto dos 7 mil casos ativos de Covid-19

Atendimento foi reforçado com a abertura de leitos na rede pública

Após alguns meses de rotina próxima à normalidade, a Bahia volta a ver o número de infectados pela Covid-19 crescer. Até ontem, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) registrou 6.843 casos ativos da doença. Duas semanas atrás, em 17 de novembro, eram 1.443 pessoas ainda lutando contra o vírus. A diferença fica ainda mais alarmante quando a comparação é feita com o começo do mês passado: a pasta registrava 945 infecções ativas, ou seja, um índice sete vezes menor do que o atual. A circulação das subvariantes da Ômicron, as aglomerações típicas do fim de ano e a baixa cobertura do reforço (apenas 59,34% dos 12,7 milhões de baianos habilitados para a terceira dose compareceram aos postos) acaba sendo um prato cheio para a disseminação da Covid no Estado.

Mesmo a retomada de medidas adicionais de prevenção, como o uso da máscara em ambientes fechados e nos modais de transporte ainda não foi suficiente para uma chamada de realidade: na tarde desta quinta-feira (1), três dias após o decreto estadual, a reportagem da Tribuna flagrou dezenas de pessoas circulando nos ônibus do sistema Integra e no Plano Inclinado Liberdade-Calçada (PILC) sem usar a proteção. Com o vírus circulando com mais força, volta a pressão nas taxas de ocupação no sistema público de saúde. Até ontem, a Sesab registrava 74% de ocupação nas UTIs e 59% nas enfermarias para adultos. Já a enfermaria pediátrica segue em alta, com 75% das 20 camas ocupadas. Em Salvador, a ocupação nas UTIs não sai da casa dos 70% desde o dia 22 de novembro. Ontem, a taxa era de 77%.

Vale frisar que embora a Bahia tenha 362 leitos Covid ativos entre UTIs e enfermarias, um dos menores números desde o começo da pandemia, é necessário que a população também faça a sua parte e procure os pontos de aplicação para colocar seu ciclo vacinal em dia. Ou comece: embora a vacinação tenha começado há quase dois anos, 992.567 pessoas acima dos 12 anos não tomaram nem a primeira dose. Enquanto isso, 1,8 milhão não tomou a segunda dose e mais de 5 milhões não receberam o reforço. Estar com a vacinação em dia é essencial: 85% das internações por Covid-19 são pacientes não-vacinados ou com esquema incompleto, de acordo com o último relatório emitido pela Saúde estadual. O governador Rui Costa (PT), considerou esse número ‘muito grave’. “As pessoas estão correndo risco de vida, estão aumentando rapidamente a ocupação dos hospitais, e prejudicando até mesmo as pessoas que tomaram a vacina. Pessoas que precisam de um leito de hospital para outros serviços, acabam vendo o leito ocupado por quem não tomou a vacina. Acaba prejudicando todo mundo”.

E, embora a chegada das vacinas bivalentes no próximo ano seja importante para proteger melhor das linhagens da Ômicron, os imunizantes atualmente disponíveis nos postos ainda ajudam, e muito, no controle da crise sanitária. Assim, a infectologista Ceuci Nunes alertou que esperar ‘vacina nova’ para se proteger não é uma opção. “No momento atual, que a gente está tendo aumento no número de casos, as pessoas estarem completamente vacinadas é extremamente importante. Vá ao posto, complete seu esquema vacinal, faça sua terceira dose, sua quarta dose, não vamos esperar. A vacina nova melhora, amplia a proteção para as novas subvariantes. Mas ela vem como um outro reforço, não vai servir como esquema básico. O esquema básico sempre será feito com as vacinas que nós já estamos convivendo há algum tempo”, explicou a especialista.

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