De acordo com dados do Ministério da Saúde, houve um aumento de registros em 4% entre os anos de 2016 e 2015 (37.884 contra 36.360)
Apesar dos avanços da medicina e do maior esclarecimento, junto à sociedade, quanto as suas causas e conseqüências, a AIDS (Sindrome da Imunodeficiência Adquirida) ainda é pode ser considerado um problema já que o número de casos vem aumentando nos últimos anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, houve um aumento de registros em 4% entre os anos de 2016 e 2015 (37.884 contra 36.360).
No estado da Bahia, desde 1984, quando foi registrada a primeira notificação, a Secretaria de Saúde (Sesab), contabilizou mais de 32 mil casos de AIDS, sendo mais da metade dela em homens. Em 2017 foram notificados 1.074 casos sendo 724 em homens e 350 em mulheres. Já até o mês de maio deste ano, já foram contabilizados 206 casos, 144 em homens e 62 em mulheres.
Ainda conforme o órgão estadual, no período no período compreendido entre 2007 e 2016, foram registrados 18.600 casos, com a taxa de detecção apresentando tendência de crescimento. Nesse mesmo tempo, o índice passou de 10,7 para 12,4 casos por 100 mil habitantes, apresentando uma média, no período, de 12,7.
Segundo o infectologista Claudilson Bastos, ao contrário do que geralmente é difundido, a AIDS não é uma doença, mas sim, uma síndrome na qual algumas doenças pode se manifestar diante dela. “Classicamente, ela se apresenta com perda de peso acentuada, diarréia crônica e candidiase/moniliase oroesofágica, popularmente conhecida como sapinho. Porém, ela pode apresentar várias infecções denominadas oportunistas que se apresentam devido a baixa resistência do organismo”, explicou.
Ainda de acordo com o especialista, alguns fatores como organismo, genética e qualidade de vida podem ser fundamentais para que o vírus HIV acabe comprometendo o sistema imunológico do indivíduo. Por isso, a principal dica para evitar a exposição é a realização de sexo seguro com preservativo. Compartilhamento de seringas, transfusões de sangue e da mãe para o filho – durante a gestação, por exemplo – são outras maneiras de infectar outras pessoas com o vírus.
Contudo, os avanços na medicina, que possibilitaram a criação de novas drogas – denominadas antiretrovirais –, trouxeram uma nova realidade aos pacientes, melhorando a sua imunidade por mais tempo. Se antes era necessário o uso de um coquetel de medicamentos para impedir o progresso da AIDS, atualmente o paciente pode realizar o tratamento consumindo apenas um comprimido uma vez por dia, tendo menos efeitos colaterais do que antigamente. Contudo, vale reforçar que a AIDS ainda não tem cura.
Atendimento
Segundo a Sesab, o atendimento aos portadores do vírus HIV é feito no Centro Estadual Especializado em Diagnóstico Assistência e Pesquisa (Cedap), localizado no bairro do Garcia. Além disso, o paciente pode ser assistido nos seguintes locais: Hospital das Clínicas, Hospital Couto Maia, Hospital Roberto Santos, além de duas unidades do município, nos bairros da Liberdade e Dendezeiros, na Cidade Baixa.
“A medicação é entregue nesses mesmos locais. O teste para diagnóstico pode ser feito em unidades da rede básica – município – e também no Cedap. Pacientes com diagnóstico positivo são encaminhados para uma das unidades onde é feito o tratamentos”, explicou, em nota, a assessoria de comunicação da Sesab.