NOVA BAHIA 2024

Agronegócio é responsável por 25% do PIB da Bahia, diz SEI

Apesar de recuo sutil no terceiro trimestre devido às dificuldades com insumos, segmento continua a exercer papel importante na economia do Estado

A cada R$ 1 do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia no terceiro trimestre de 2022, que fechou em R$ 96,5 bilhões, o setor do agronegócio participou com R$ 0,25. Durante esse período, o faturamento foi de R$ 22,98 bilhões. O cálculo foi feito pela Superintendência de Estudos Econômicos da Bahia (SEI) e divulgado nesta terça-feira (13), levando em consideração fatores como os insumos da produção agropecuária, a produção nas indústrias de base agrícola, e as atividades de transporte, comércio e serviços ligados aos produtos do agronegócio. O bom desempenho da safra de grãos, com alta de 8,2% entre janeiro e setembro deste ano, ajudou a segurar o recuo de 2,9% na fatia do PIB do agronegócio no trimestre avaliado pela SEI. Essa retração se dividiu entre preços (-2,1%) e produção (-0,8%).

“A queda nas indústrias de alimentos e bebidas, e outras associadas à agropecuária, foi o principal determinante para a queda do agronegócio no terceiro trimestre. Mas também contribuiu para a queda a retração que corresponde ao processo de circulação dos produtos do agronegócio. Dessa forma, as quedas nas vendas do comércio, no transporte de produtos do agronegócio, bem como na comercialização dos produtos do agronegócio para o exterior, também contribuíram para a retração do trimestre”, explicou João Paulo, coordenador de Contas Regionais e Finanças Públicas. “Tudo isso foi ainda potencializado pela manutenção do conflito entre Rússia e Ucrânia, o qual tem afetado negativamente os insumos necessários à produção, particularmente o preço dos adubos e fertilizantes”.

Vale lembrar que mesmo diante dessas dificuldades, a Bahia bateu recordes históricos em relação ao agronegócio em 2022: a safra de grãos, por exemplo, é estimada em 11,4 milhões de toneladas (8,2% a mais do que em 2021, segundo levantamento periódico elaborado pelo IBGE). Já a produção de ovos é a maior desde o início da série histórica, em 1987, com 20,2 milhões de dúzias. João Paulo explicou que o cálculo do PIB do agronegócio engloba todos os 417 municípios da Bahia, mas citou alguns municípios que contribuem para a manutenção do bom desempenho do setor, um dos poucos que não podia parar ao longo da pandemia. “Podemos destacar aquelas cidades onde a atividade agropecuária tem se desenvolvido de uma forma mais expansiva, a exemplo das cidades da região oeste – Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Formosa do Rio Preto, São Desidério, Correntina e Jaborandi – bem como outras cidades que tem se destacado em atividades agropecuárias, como Juazeiro, Mucugê e Rio Real. Mas, é claro que outras cidades se destacam, não pela produção, mas pela distribuição e consumo final. Nesse caso, estamos nos referindo aos grandes centros da Bahia – Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Itabuna. Certamente o desempenho do PIB do agronegócio é muito afetado pelo que ocorre nessas cidades”.

SIEL GUINCHOS

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