Jovens moradores do bairro de São Caetano, em Salvador, beneficiados pelo programa Luta Cidadã, iniciativa do Pacto pela Vida da Polícia Militar da Bahia (PMBA) executada pelas Bases Comunitárias de Segurança (BCS) do estado, participaram na manhã deste domingo (10) da 3ª Copa Nintai de Judô. A competição foi promovida pela BCS São Caetano, na Escola Sesi do Retiro, e também contou com atletas das BCS Calabar, Lobato e academias de judô da cidade. A BCS São Caetano atende 33 alunos de 5 a 24 anos, que fazem parte da base inicial do esporte e treinam há dois anos.
De acordo com o comandante da BCS São Caetano, tenente Gabriel Lessa, a Copa Nintai é um evento de integração, não soma ponto para nenhum campeonato e não tem caráter classificatório. Outras ações fazem parte do trabalho comunitário da Base. “Na parte de esporte nós temos, além do judô, karatê, boxe, jiu-jitsu e capoeira. Temos também um projeto de avaliação e acompanhamento nutricional, estamos agora com psicólogo atendendo duas vezes na semana a crianças de escolas públicas, temos o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), que é um programa que fala sobre drogas das escolas, e a Caravana Cidadã, onde estudantes ajudam nossa tenente na área escolar”, conta o comandante.
“Estamos aqui fazendo essa Copa para o lazer deles e para eles sentirem também como é uma competição e, quem sabe, até lá, não estarem participando de uma olimpíada”, conta o treinador da BCS, sargento Rosenil Silva. Em meio a atletas de diversas categorias, pesos e faixas, Maria Luisa, 5 anos, que treina há 1 ano no Projeto Luta Cidadã em São Caetano, competiu pela primeira vez. Com muita garra e concentração, venceu as duas lutas que disputou por wazari e ficou em primeiro lugar na categoria +5 anos, feminino. “Impressionante”, disse a garota sobre seu desempenho na luta. “Ela foi excepcional, lutou com garra, foi muito corajosa mesmo, está de parabéns”, disse a mãe da judoca, Luana Silva.
As artes marciais podem ser ferramentas eficazes na construção da cidadania. “O judô é conhecido no mundo inteiro por resultados de tatame de medalhas olímpicas, mas o trabalho essencial é formar cidadãos. É uma modalidade que tem um diferencial enorme por causa dos valores que ele embute nas crianças, de formação, disciplina, respeito. Jigoro Kano, o criador do judô, quando pensou nesse esporte, focou na área educacional, e hoje a gente percebe que crianças e adolescentes que praticam judô têm menor chance de entrar para o mundo das drogas e na violência”, avalia o presidente da Federação Baiana de Judô, Marcelo Ornelas.