Os contratos futuros do cacau continuam sua impressionante trajetória de alta, atingindo US$ 10.311 por tonelada no contrato de março. Este é o maior valor registrado em mais de seis meses e marca a sexta semana consecutiva de ganhos, a sequência mais longa desde março deste ano. A movimentação reflete crescentes preocupações com a oferta global, especialmente devido à queda na produção da África Ocidental.
Os principais produtores mundiais, Costa do Marfim e Gana, enfrentam desafios significativos. Períodos de clima seco na região e o início dos ventos sazonais do Harmattan, conhecidos por agravar as condições de cultivo, reduziram as expectativas de recuperação da produção nesta temporada. Apesar de as chegadas de cacau na Costa do Marfim, maior produtora mundial, terem aumentado 34% nesta temporada, os números ainda estão cerca de 15% abaixo do observado em anos considerados “normais”, como 2022.
Além disso, os estoques de grãos nos Estados Unidos atingiram um nível crítico, caindo para 1.496.277 sacas, o menor patamar desde 2004. Este cenário pressiona ainda mais o mercado, evidenciando o desequilíbrio entre oferta e demanda.
Embora o relatório da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC) mostre uma redução de 1.467 contratos nas posições compradas por fundos entre 26 de novembro e 3 de dezembro, os investidores mantêm uma posição líquida comprada de 38.093 contratos, indicando confiança na continuidade da alta dos preços.
Especialistas apontam que o mercado seguirá atento às condições climáticas na África Ocidental e ao comportamento dos estoques globais, enquanto a volatilidade deve continuar impulsionada por esses fatores estruturais. O cenário é desafiador tanto para os produtores, que enfrentam adversidades no campo, quanto para a indústria, que lida com preços elevados e incertezas sobre a oferta.
Fonte: mercadodocacau