Um “bunker” para armazenagem de dinheiro em espécie foi descoberto na manhã desta terça-feira, 5, no bairro da Graça, em Salvador. De acordo com a Polícia Federal (PF), o imóvel seria supostamente usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
Durante buscas, os policiais federais encontraram caixas e malas com dinheiro (com notas de R$ 100 e R$ 50). A PF ainda não sabe o montante que foi apreendido. O dinheiro foi encaminhado para um banco, onde será contabilizado e depositado em uma conta judicial.
De acordo com a decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a busca e apreensão no imóvel, a PF foi informada sobre a existência do “bunker” por meio de uma ligação telefônica.
“De fato, as mencionadas informações policiais dão conta que o Núcleo de Inteligência da Polícia Federal teria tecido uma notícia por meio telefônico, no dia 14/07/2017, asseverando que no último semestre um apartamento do 2º andar (201) do edifício José da Silva Azi estaria sendo utilizado por Geddel Vieira Lima para guardar caixas de documento”, explica o despacho do juiz federal.
Após obter esta informação, policiais federais iniciaram investigação de campo e confirmaram com moradores do prédio que “uma pessoa teria feito uso do aludido imóvel para guardar pertences do pai”.
O juiz também aponta que “há razões de que no imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados na manipulação de crédito e recursos realizada na Caixa”.
A busca faz parte da operação nomeada de Tesouro Perdido, que é um desdobramento da Cui Bono. Após investigações, os policiais federais descobriram a existência deste “bunker” em Salvador.
A reportagem tentou contato com o advogado de Geddel, Gamil Fopel, mas ele não foi localizado para se pronunciar sobre o suposto “bunker” do peemedebista.
Prisão
Geddel foi preso no dia 3 de julho, mas foi liberado para prisão domiciliar em sua casa na capital baiana. O ex-ministro foi detido durante a Operação Cui Bono porque teria pressionado a mulher do doleiro Lúcio Funaro, Raquel Pitta, para que ele não fizesse delação premiada.
Essa ação apura fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal na época em que Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco, entre 2011 e 2013.
Ministério
Geddel foi ministro da Secretaria de Governo quando o presidente Michel Temer (PMDB) assumiu a Presidência. Contudo, ele deixou o cargo em novembro do ano passado após ser acusado pelo então ministro da Cultura, Marcelo Calero, de tentar pressioná-lo para liberar um empreendimento Ladeira da Barra, em Salvador.