O investimento maciço na cacauicultura na região Oeste da Bahia já abrange mil hectares plantados, com resultados impressionantes. Enquanto a média de produção nacional é de 330 kg por hectare, no cerrado baiano a produção alcança 3.500 kg por hectare – dez vezes mais. Os números surpreendentes foram apresentados durante a III Cacauicultura 4.0, realizada em Riachão das Neves. Com foco em inovação, sustentabilidade e desenvolvimento da cadeia produtiva do cacau no cerrado baiano, a feira foi apresentada em abril.
Produtores do Oeste e do Sul da Bahia, além de estados como Ceará, Mato Grosso, São Paulo e Pará, discutiram o atual preço da commodity. Moisés Schmidt, produtor e organizador da feira, afirmou: “Nunca esteve tão alto, talvez sendo o mais alto dos últimos 50 anos. No mercado de Nova Iorque, o preço ultrapassou US$ 10 mil a tonelada, enquanto a média histórica varia entre US$ 2.500 e US$ 3 mil por tonelada”.
A diversificação das culturas é vital, segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da entidade, destacou:
“O cacau que se instala no Oeste da Bahia é uma realidade promissora. Amparado pelo que temos de melhor, o potencial ambiental que a Bahia oferece, o cacau traz a diversidade de culturas para a região, promovendo o desenvolvimento econômico e fortalecendo a agricultura do Oeste e da Bahia como um todo”, ressaltou o presidente da entidade, Luiz Carlos Bergamaschi.
Thiago Guedes, assessor da Seagri, vê com otimismo o cenário na região. Observo com boa expectativa a ampliação das áreas de cacau em locais não tradicionais na Bahia, em uma nova perspectiva de manejo da lavoura, possibilitada pela caracterização do bioma cerrado, com solos planos”. Como todo processo inovador, completa,
Ele acrescentou que, como em todo processo inovador, “é necessária a ampliação de estudos, pesquisa e ciência para verificar como a cultura se desenvolve ao longo dos anos nesse território”.
Fausto Pinheiro, produtor de Ilhéus, também está esperançoso. “A expansão inovadora para o Oeste baiano, com a criação de grandes áreas de cultivo irrigado, traz grandes expectativas. “A caminhada ainda é grande e arriscada, por se tratar de uma planta ombrófila e ajustada ao clima tropical úmido, considerando questões ambientais no uso da água. São desafios novos. Quero que o Oeste dê certo”.
Fonte: portaldocerrado