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Inadimplência atinge 59,4 milhões de brasileiros, aponta pesquisa

Os principais fatores apontados para a negatividade na praça são o desemprego e a queda na renda.

Inadimplência atinge 59,4 milhões de brasileiros, aponta pesquisa

Movimento no comércio da Rua 25 de Março no mês do Natal

ma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que 59,4 milhões de brasileiros estão inadimplentes. Os principais fatores apontados são o desemprego e a queda na renda. Só em janeiro deste ano, o número de pessoas com CPF negativo na praça chegava a 58,3 milhões.

“O desemprego e a perda de renda continuam sendo os principais fatores que levam à inadimplência. Mesmo com inflação abaixo de 3% e queda nos juros, o brasileiro ainda não sentiu no bolso os efeitos desse processo. O desemprego continua elevado e a renda segue deprimida, o que ainda afeta a vida financeira das pessoas”, explicou, em entrevista ao jornal O Globo, Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Com contas em atraso até 90 dias, o balanço apontou que 26% das pessoas ainda colocam a culpa na perda do emprego. Já os que atribuem estarem inadimplentes à queda na renda, o percentual chegou a 14%. A entrevista foi feita com 600 pessoas de todos os estados do país.

Ainda de acordo com Kawauti, o brasileiro tem uma dívida média em atraso de R$ 2.980,00, montante considerado alto por ela. “Mas o que mais assusta e mostra descontrole financeiro, é o fato de que 43% das pessoas não sabem ao certo o quanto devem”, afirmou. A pesquisa também apresentou outras razões que levaram os brasileiros à situação de inadimplência.

A falta de controle financeiro aparece com 11% e, em seguida, o empréstimo de nome a terceiros (5%). “Provavelmente quem emprestava o nome para terceiros agora compartilha das mesmas dificuldades de quem pedia o nome emprestado”, pontuou o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.

Perfil

As mulheres são maioria quando o assunto é inadimplência. Elas aparecem com 56% contra 44% dos homens. Quanto às idades mais devedoras estão as pessoas entre 25 e 49 anos. Já as classes que mais devem, um percentual de 93%, são as classes C, D e E. As classes A e B correspondem aos outros 7%.

“É importante lembrar que cerca de 70% dos brasileiros pertencem às classes C,D e E. Portanto, não é surpresa o percentual de 93% apontado pela pesquisa. E houve um impacto grande negativo da crise no setor de serviços, onde muita gente das classes C, D e E trabalha informalmente”, comentou Maurício Prado, diretor executivo da Plano CDE, uma empresa que faz pesquisas nesse segmento.

 

Fonte: spcbrasil

 

 

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