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Vacinação na Bahia é referência nacional

Programas e campanhas ampliam imunização nos municípios e são exemplo para outros estados

– Foto: Rafaela Araújo/Ag. A TARDE

Em 19 de janeiro de 2021, a enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho tornou-se um símbolo da esperança de milhares de baianos pela chegada de dias melhores. Trabalhadora do Instituto Couto Maia, em Salvador, Maria Angélica atuava na linha de frente no combate à pandemia e foi a primeira pessoa a receber a vacina contra o coronavírus no estado. “Lembro como se fosse hoje da emoção que senti”, relata. “Meu coração parecia que ia explodir de alegria”.

Na época, a Bahia aplicava as primeiras doses da Coronavac, dando início a uma longa caminhada contra o tempo para salvar vidas. “Investimos mais de R$ 2,2 bilhões durante a pandemia para garantir a estrutura necessária para salvar a vida de milhares de baianos, com ampliação e reforma de unidades de saúde, instalação de um hospital de campanha na Arena Fonte Nova, além do Hospital Metropolitano”, lembra a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana. “Isso tudo exemplifica a grande reunião de esforços em prol de salvar vidas”.

Mais de dois anos depois, a esperança de dias melhores, finalmente, se tornou realidade. E, para a enfermeira Maria Angélica, o grande responsável por essa mudança tem nome: vacina. “Não tenho dúvida que a vacina salvou a vida de muita gente, como a minha”, afirma. “Eu tive Covid e, graças a Deus, por estar vacinada, consegui superar a doença”.

Hoje, dia em que o País comemora o Dia Nacional da Vacinação, casos como o de Maria Angélica, não podem ser esquecidos, como destaca a secretária da Saúde da Bahia. “Maria é uma guerreira e símbolo da nossa luta contra a Covid-19”, ressalta. “Luta essa que, com investimento robusto e união, conseguimos vencer. Mas gosto sempre de lembrar que, para além da Covid, as demais vacinas também salvam milhares de vidas todos os dias em nosso Estado, e isso não pode ser esquecido jamais. Vacina, independente de qual seja, é ciência, é a opção que temos para evitar doenças e salvar vidas” .

Diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro destaca que as estratégias de incentivo à vacinação adotadas pela Bahia na pandemia serviram de exemplo para todo o País e seguem sendo destaque quando se trata do calendário regular de imunização e incentivo à retomada dos altos índices vacinais.

“Desde o início da pandemia, a Bahia tem se estruturado para melhorar, cada vez mais, as estratégias de vacinação em todo o Estado”, explica. “Criamos um manual de boas práticas de vacinação e fizemos toda uma estrutura que segue sendo aplicada até hoje, fazendo com que os imunizantes cheguem aos 417 municípios baianos. Aliado a isso, intensificamos as campanhas de vacinação e conseguimos garantir que as vacinas cheguem a comunidades até então desassistidas.”

Vacina Bahia

Uma dessas estratégias citadas pela diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado é o Programa Vacina Bahia, iniciativa do Governo do Estado lançada em fevereiro deste ano que busca fortalecer todo o calendário vacinal de crianças, adultos e idosos baianos. No público de até 1 ano de idade, a ação tem como foco o aumento da cobertura das vacinas Pentavalente, Pneumo 10, Tríplice Viral e a contra a Poliomielite – essenciais do calendário básico de vacinação.

“O programa foi ampliado e hoje temos cobertura para todos os imunizantes previstos no Programa Nacional de Imunização, nosso principal objetivo é aumentar a taxa de vacinados em todos os públicos, garantindo uma maior cobertura e impedindo a volta de doenças já erradicadas, por exemplo”, completa Márcia.

Apesar dos exemplos claros da eficácia da vacinação, mais de 6 milhões de baianos estão com o esquema vacinal incompleto para a imunização contra o Coronavírus, fator que preocupa. De acordo com levantamento feito pela Sesab com base no sistema LocalizaSus, do Ministério da Saúde, mais de 11 milhões de baianos estão com o reforço da vacina bivalente, contra a Covid, em atraso – o que representa mais de 86% do público-alvo.

“O pior já passou, mas precisamos reforçar a necessidade de concluir o esquema vacinal em prol da proteção de todos”, pede a secretária da pasta da Saúde.

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