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“Não perdemos nada na Ucrânia, a Rússia ganhou”, afirma Putin

Declaração foi feita no Fórum Econômico Oriental. na cidade russa de Vladivostok

Presidente da Rússia, Vladimir PutinSputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS

O presidente Vladimir Putin declarou, nesta quarta-feira (7), que a Rússia não perdeu nada em um confronto com os Estados Unidos em relação ao conflito na Ucrânia. Mas, na verdade, ganhou ao estabelecer um novo curso soberano que restauraria sua influência global.

Putin considera cada vez mais o conflito na Ucrânia, que ele chama de “operação militar especial”, como um ponto de virada na história, quando a Rússia finalmente se livrou das humilhações que acompanharam a queda da União Soviética em 1991.

Em uma tentativa de enfatizar a inclinação da Rússia para a Ásia, Putin, falando ao Fórum Econômico Oriental na cidade russa de Vladivostok, no Pacífico, disse que o Ocidente estava falhando enquanto a Ásia era o futuro.

Em seu discurso principal, Putin quase não mencionou a Ucrânia além de uma referência às exportações de grãos, mas quando perguntado por um moderador se algo havia sido perdido com o conflito, Putin disse que a Rússia ganhou e emergiria renovada e livre de obstáculos.

“Não perdemos nada e não vamos perder nada”, disse Putin, líder supremo da Rússia desde 1999. “Tudo o que é desnecessário, prejudicial e tudo o que nos impede de avançar será rejeitado.”

“Em termos do que conquistamos, posso dizer que o principal ganho foi o fortalecimento de nossa soberania, e esse é o resultado inevitável do que está acontecendo agora”, disse Putin. “Isso acabará fortalecendo nosso país por dentro.”

A Rússia enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em 24 de fevereiro, no que chamou de operação especial para degradar as capacidades militares de seu vizinho do sul e erradicar pessoas que chamou de nacionalistas perigosos.

As forças ucranianas montaram forte resistência. Nenhum dos lados divulgou quantos soldados foram mortos.

Putin, que completa 70 anos em outubro, disse ao Ocidente em julho que estava apenas começando na Ucrânia e desafiou os Estados Unidos –que gozam de superioridade econômica e militar convencional sobre a Rússia– a tentar derrotar Moscou. Seria, segundo ele, falhar.

A Ásia é o futuro

O confronto com o Ocidente sobre a Ucrânia levou a Rússia a embarcar em uma inclinação apressada em direção à Ásia, e particularmente à China, outrora parceiro menor da União Soviética e agora a segunda maior economia do mundo.

Putin disse que o Ocidente estava falhando porque uma tentativa fútil e agressiva de isolar a Rússia com sanções estava destruindo a economia global no momento em que a Ásia estava subindo para reivindicar o futuro.

Os Estados Unidos e seus aliados impuseram as sanções mais severas da história moderna à Rússia por suas ações na Ucrânia. Putin diz que as sanções são semelhantes a uma declaração de guerra econômica.

“Estou falando da febre das sanções do Ocidente, com sua tentativa descarada e agressiva de impor modelos de comportamento a outros países, privá-los de sua soberania e subordiná-los à sua vontade”, explicou Putin.

“Em uma tentativa de resistir ao curso da história, os países ocidentais estão minando os principais pilares do sistema econômico mundial construído ao longo de séculos”, conitnuou Putin, acrescentando que a confiança no dólar, euro e libra esterlina está caindo.

Entre os convidados do fórum estava o principal legislador da China, Li Zhanshu, atualmente classificado em terceiro lugar no Partido Comunista Chinês. Putin se encontrará com o presidente chinês Xi Jinping na próxima semana no Uzbequistão.

Putin disse que a China pagaria à Gazprom por seu gás em moedas nacionais, com base em uma divisão de 50/50 entre o rublo russo e o yuan chinês.

A tentativa do Ocidente de isolar economicamente a Rússia –um dos maiores produtores mundiais de recursos naturais– impulsionou a economia global para águas desconhecidas com preços crescentes de alimentos e energia.

Putin disse que a economia da Rússia está lidando com o que ele chamou de agressão financeira e tecnológica do Ocidente, mas reconheceu algumas dificuldades em algumas indústrias e regiões.

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