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Lula defende ‘autorreflexão’ do PT e fala em pedido de desculpas

O ex-presidente e pré-candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, na quarta-feira, 8, que o Partido dos Trabalhadores precisa fazer uma “autorreflexão”. Em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, ele admitiu que o PT “era um partido muito forte”, e que os seus integrantes precisam entender o motivo de a sigla ter deixado de ser competitiva no Estado. A resposta foi dada após os entrevistadores questionarem o petista a respeito da perda de espaço da sigla na política mineira.

Lula afirmou que “não foi o povo que ficou ruim, que deixou de gostar do PT”, mas que provavelmente a sigla gerou expectativas que não conseguiu cumprir junto à população. O pré-candidato ainda falou em pedido de desculpas: “se algum prefeito cometeu erros na sua relação com o povo, nós temos que pedir desculpas ao povo por ter errado, e temos que tentar corrigir aquilo que não fizemos de correto”.

O ex-presidente enfatizou que “o PT precisa voltar ser grande”, e que para isso precisa voltar a conversar com o povo: “precisamos ter capacidade de fazer uma autorreflexão e corrigir nossos erros”, ponderou, sem citar casos de repercussão nacional emblemáticos na trajetória do partido, como o mensalão e o petrolão.

Lula acrescentou ainda que a legenda “não pode ficar colocando a culpa nos outros”, e que é necessário sentar com prefeitos, ex-prefeitos, dirigentes e avaliar os motivos que levaram à perda de confiança do eleitorado. “O defeito deve ser nosso, não deve ser do povo. Então, se a gente tiver a humildade de fazer uma reflexão, saber por que nos perdemos…”, concluiu. O PT ocupou o governo de Minas com o ex-ministro Fernando Pimentel entre 2015 e 2018, quando perdeu a reeleição para o atual governador, Romeu Zema (Novo).

Na mesma entrevista, o petista afirmou que falta “coragem” ao presidente Jair Bolsonaro para dar uma “canetada” e reverter a política de preços da Petrobras.

“O aumento da gasolina (alinhado) ao preço internacional não foi feito com uma votação no Congresso. Foi uma canetada do (ex-presidente da Petrobras) Pedro Parente. Portanto, se para aumentar o preço do combustível e transformar em preço internacional foi numa canetada, para você tirar também pode ser numa canetada. O presidente, se tivesse coragem, se não fosse um fanfarrão, um embusteiro, já teria feito isso”, disse.

A atual formulação de preços da estatal foi implementada no governo Michel Temer (MDB), após a petrolífera amargar prejuízos e perdas de valor na Bolsa em razão de intervenções no governo Dilma Rousseff (PT) e dos escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato.

O petista defendeu ainda a construção de refinarias para, segundo ele, tornar o País autossuficiente em combustíveis. “O Brasil hoje está refinando apenas 80% do combustível que nós precisamos. É preciso que a gente faça mais refinarias para que o Brasil seja efetivamente autossuficiente, para que a gente não precise pagar gasolina a preço internacional”, afirmou.

Ananda Müller/Estadão Conteúdo

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