Além dos atos contrários ao aumento de impostos, há marchas sendo convocadas contra o fechamento do comércio em várias cidades, como Medellín
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Apesar dos pedidos das autoridades para que uma greve nacional não fosse realizada nesta quarta-feira (28), colombianos foram às ruas em protesto contra uma reforma tributária apresentada pelo presidente de centro-direita Iván Duque.
Várias cidades tiveram aglomerações e houve confrontos com a polícia em Bogotá, Bucaramanga, Barranquilla e Cali.
As marchas, convocadas por sindicatos de trabalhadores de diferentes setores, tiveram início pela manhã e estavam previstas para durar 48 horas.
Os manifestantes pedem que não haja aumento de impostos e que se crie mais proteção social aos trabalhadores afetados pela pandemia do coronavírus.
Desde 2019 que o governo Duque tenta implementar uma reforma fiscal no país –na época, houve intensos conflitos nas ruas do país.
Em declarações no meio da tarde, a prefeita de centro-esquerda de Bogotá, Claudia López, afirmou que as manifestações teriam de ser interrompidas às 20h (22h em São Paulo), quando entra em vigor o toque de recolher.
“Durante a manhã, tivemos muitos bloqueios de rua e impedimentos de circulação. Esperemos que todos entendam que é necessário voltar para casa e cumprir as medidas de restrição.” Nesta terça (27), López tentou, sem sucesso, demover os manifestantes de irem às ruas por conta da pandemia e sugeriu que o protesto fosse realizado de outro modo.
Já o presidente, cuja posição com relação à segurança é mais linha-dura, publicou cedo uma foto que o mostrava com os chefes das forças de segurança afirmando que estariam alertas durante todo o dia caso fosse necessário intervir. “Com a equipe de governo e a cúpula da polícia nacional, analisamos a situação. Dei instruções à força pública para que garanta a ordem pública e a segurança dos cidadãos.”
Nas últimas semanas, a Colômbia entrou no que epidemiologistas locais consideram uma terceira onda da pandemia, com novas altas casos e mortes pela doença. Nesta terça, o país registrou média móvel de 17.254 casos, próxima aos 17.857 registrados em 20 de janeiro, no auge da segunda onda, de acordo com dados do Our World in Data.
Desde o início da crise sanitária, o país soma 2.787.303 infecções e 71.799 mortes.
Para tentar barrar a disseminação do vírus, tanto o governo nacional quanto a prefeitura de Bogotá impuseram novos confinamentos em várias regiões. A capital colombiana está em lockdown parcial, e não é possível sair de casa nos fins de semana. Durante a semana, há toque de recolher.
A prefeita afirmou, na segunda (26), que as UTIs da cidade estão em 91% de lotação e pediu à população que reforce as medidas de precaução. Há uma preocupação grande com relação a novos protestos previstos para as próximas semanas.
Além dos atos contrários ao aumento de impostos, há marchas sendo convocadas contra o fechamento do comércio em várias cidades, como Medellín. Empresários e comerciantes querem flexibilizações nas restrições impostas pela pandemia para que a economia continue funcionando.