Pernambucana Wings projeta mais do que dobrar seu faturamento em 2020, para R$ 87 milhões, com serviços de veículo conectado.
A empresa pernambucana Wings desenvolveu um dispositivo que monitora o automóvel de maneira remota, em tempo real e com baixo custo.
Segundo reportagem do site da Exame, trata-se de um hardware que lê os “hábitos” do carro e fornece informações importantes para a manutenção do veículo, incluindo a preditiva, que reduz a necessidade de reparos e evita tempo parado na concessionária.
Conforme a publicação, o Vehicle Artificial Intelligence (VAI) utiliza-se de inteligência artificial para detectar problemas e desgaste. O investimento inicial no desenvolvimento do dispositivo foi em torno de 3 milhões de reais.
O objetivo, segundo os criadores da ferramenta, é tornar a gestão dos veículos mais eficiente.
Na ponta do consumidor final, o VAI permite, por exemplo, acesso à localização do veículo em tempo real, diferentemente do que ocorre em serviços de rastreamento, que podem levar até sete minutos para fornecer essa informação. “Somente com essa funcionalidade, as chances de recuperação do automóvel saltam para até 90%”, comenta João Marcelo Barros, diretor e sócio-fundador da Wings.
O monitoramento da Wings é feito via celular do cliente, por meio de um aplicativo. Outra funcionalidade, chamada “Estacionamento Seguro”, notifica o condutor em qualquer tentativa de partida do veículo. Os pacotes custam a partir de 18 reais mensais.
Segundo o empresário, mais de 70% da frota brasileira não tem seguro devido ao alto valor da apólice. “Muitas vezes, o custo de contratar um seguro é inviável no Brasil. Chegamos para oferecer uma alternativa low-cost.”
Novas frentes
De acordo com a Exame, a Wings pretende expandir sua área de atuação para além das concessionárias e do consumidor final e prevê um faturamento de 87 milhões de reais neste ano. Um dos focos será as locadoras. “Estamos desenvolvendo um dispositivo que permite o cadastramento, locação e destravamento do veículo por aplicativo”, explica Barros.
Adicionalmente, o empresário relata que a Wings estuda parcerias com seguradoras.
A Wings encerrou 2019 com um faturamento de 36 milhões de reais e cerca de 70 concessionárias atendidas. Para 2020, a meta é chegar a mais de 500. Para tanto, a companhia continuará usando seu carro-chefe, o VAI, para ampliar a base de clientes. Segundo Barros, o dispositivo faz uma espécie de “scanner” da saúde do veículo, permitindo que a concessionária programe sua equipe e atenda o cliente de forma mais assertiva ao antecipar, por exemplo, a substituição de itens cuja vida útil está próxima do fim.
A empresa, no entanto, terá que vencer a resistência do setor automotivo, em que os processos são mais lentos justamente pela sua forte tradição e hierarquia.
“Queremos ajudar as concessionárias a ganhar eficiência. Estamos quebrando o conservadorismo da indústria automotiva”, diz Barros. “O atestado de ineficiência do modelo de negócios atual é o fato de ainda haver salas de espera nas concessionárias.”