Usuário paga R$ 4,90 mais R$ 0,60 por minuto, mas preço cai à medida em que o tempo aumenta
A startup Beepbeep lançou nesta semana um aplicativo para aluguel de carros elétricos, depois de uma outra companhia ter tentado oferecer serviços semelhantes e desistido da ideia. O investimento inicial foi de R$ 3 milhões para que o aplicativo pudesse oferecer dez carros Renault Zoe.
Os veículos terão como base 70 estacionamentos de parceiros, entre supermercados, centros comerciais, condomínios corporativos e hotéis, onde serão encontrados pelos clientes e devem ser deixados. Parte desses pontos terá sistema que permite recarga da bateria em duas horas.
O aluguel custa R$ 4,90, mais R$ 0,60 por minuto. O preço por tempo de uso diminui conforme o período de utilização do carro aumenta. Os carros têm autonomia para rodar até 300 km, desde que a bateria esteja cheia.
Fabio Fagionato, presidente-executivo e cofundador da Beepbeep, diz que a maior vantagem para a startup ao apostar nos veículos elétricos é a atratividade que eles oferecem na hora de se buscar parcerias, por seu apelo à sustentabilidade.
Por outro lado, ele diz acreditar que, para o consumidor, esse fator tem menor peso e o preço do serviço deve ser determinante na hora em que ele precisa escolher entre alugar um carro elétrico ou andar com um veículo com motor à combustão.
Já há no mercado uma série de competidores com serviços de aluguel de carros compartilhados com motor tradicional, entre eles a Zazcar e a Turbi, que são donas dos carros que colocam à disposição, e a moObie, que aluga carros de usuários de seu serviço que buscam renda complementar.
Um desafio para o modelo é que o carro elétrico ainda é mais caro que um tradicional equivalente. O investimento para compra de cada veículo foi de cerca de R$ 150 mil. Fagionato diz acreditar que, conforme avance a tecnologia, em especial das baterias, o custo deve baixar.
Mesmo com o custo alto, ele afirma acreditar que a aposta nos carros elétricos vem em boa hora devido à popularização do modelo de aluguel de veículos por aplicativos, de um lado, e pela possibilidade de a startup ser pioneira em um mercado com potencial de crescimento.
A ideia, afirma, é estar bem posicionado no mercado quando empresas maiores, inclusive montadoras, começarem a lançar serviços semelhantes.
Depredação e roubo
Mas a Beepbeep não é a primeira a experimentar o modelo no Brasil. Em 2018, a startup Urbano chegou a ter 60 carros elétricos para alugar em São Paulo.
A companhia, que permitia que os carros fossem estacionados na rua, passou por dificuldades como depredação, roubos e avarias por conta de inundações, além de problemas na hora de transferir multas para usuários do serviço, conta Guilherme Cavalcante, presidente-executivo da startup.
Como na Beepbeep os carros não ficarão estacionados na rua, há uma chance de parte do problema não se repetir.
No final do ano, a Urbano mudou seu modelo de negócios e passou a adotar a marca Ucorp. Agora a startup se dedica a atender outras empresas, oferecendo serviço de locação de carros e digitalização da gestão deles.