Morando atualmente nos Estados Unidos, o lutador Sergio Rios saiu de Campo Formoso-BA para liderar o ranking mundial da UAEJJF, a Federação de Jiu-Jitsu dos Emirados Árabes Unidos. Ele é líder do Master 1 faixa preta, um dos mais concorridos do mundo. No entanto, além de competir na modalidade, o atleta dá aulas na academia que treina, trabalha como motorista de Uber, segurança e delivery para se manter na terra do Tio Sam.
“Eu moro em San Diego, na Califórnia. Vim para cá, na primeira vez, há quatro anos, através do meu professor Hélder Menezes que é natural da minha cidade, mas já morava nos EUA há um tempo. Devido ao meu destaque, ele fez o convite para treinar e disputar competições maiores”, contou.
“Eu luto profissionalmente, viajo para competições, mas não vivo só do jiu-jitsu para pagar minhas contas. Dou aula na academia que treino, mas também trabalho como Uber, segurança, delivery… São todos flexíveis, então não atrapalham meus treinamentos. É desse jeito que estou me virando nos últimos anos. Tenho patrocínios, mas infelizmente ainda não é o suficiente para me dedicar apenas ao jiu-jitsu”, completou o lutador.
Com 30 anos, Sergio dedicou metade da sua vida ao jiu-jitsu. Influenciado pelo irmão mais velho, o lutador logo se destacou no cenário baiano.
“Comecei a treinar aos 15 anos, através do meu irmão mais velho. Ele era faixa roxa em jiu-jitsu e treinava na academia em Campo Formoso. Comecei a competir pela Bahia menos de um ano após começar a treinar. Sempre gostei de competir. Ganhei muitos campeonatos, como o Baiano, Nordeste, Sul-Americano, Brasileiro. São vários títulos”, detalha.
Conhecido como Sergio Pichilinga, ele revela ter se mudado para solo americano em busca de uma carreira no MMA. No entanto, um problema com a documentação acabou atrapalhando os planos do baiano.
“Sou lutador de MMA também. Tenho um cartel bom de oito vitórias e três derrotas. Quando vim para os EUA foi com o pensamento de tentar minha carreira no MMA. Cheguei a lutar no Bellator, que é o segundo maior evento da categoria no mundo, porém, com as dificuldades econômicas e de documentação no início, o que me fez até voltar para o Brasil, perdi meu contrato. Quando retornei para os EUA, conversei com meus professores e eles acharam melhor focar no jiu-jitsu. Posso voltar para o MMA no futuro, mas no momento, meu foco é o jiu-jitsu”, salientou.
Isolado na ponta do ranking, com 620 pontos, o lutador busca se manter na liderança. De acordo com o atleta, serão pelo menos seis lutas até o Mundial em abril, quando se encerra o calendário.
“Ainda tenho várias competições até o final da temporada, que será em abril do próximo ano, quando acontece o Mundial nos Emirados Árabes. Meu foco no momento são essas competições. Tenho praticamente seis competições até abril. Quero manter esse primeiro lugar no ranking”, apontou.
No próximo dia 16 de novembro, o baiano desembarca no Brasil para mais uma competição importante. Segundo ele, o Grand Slam do Rio de Janeiro será a mais difícil das etapas.
“O Grand Slam do Rio é uma das etapas do Circuito Mundial. Será uma motivação grande lutar novamente no Brasil. Quero manter o primeiro lugar do ranking e essa será a mais difícil das etapas, então estou bem motivado. Venho de uma série de vitórias e estou preparado para conseguir o ouro”, destacou.