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PHS ameaça deixar base de ACM Neto

Partido se recusa a aderir à estratégia de “chapão”, quando candidatos de várias siglas se unem

O presidente do PHS na Bahia, Júnior Muniz, disse que seu partido pode deixar a base do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), se for mantida a estratégia de “chapão” – quando candidatos de várias siglas se unem para disputar o pleito – na eleição deste ano. O humanista defende que a sua agremiação se una a legendas menores para ter mais chances de conquistar cadeiras na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e na Câmara dos Deputados. “Deputados da base de Neto estão pressionando a gente para participar do ‘chapão’. Eu sou contra. Só saio sozinho ou na chapinha. A gente vai analisar, inclusive, a coligação com José Ronaldo [pré-candidato ao governo da Bahia pelo DEM]. Não devo nada a Neto nem a Bruno Reis. Só fiz ajudar até agora. É bom dizer que a gente tem boas relações com o grupo de Rui Costa”, afirmou.

O presidente disse, também, que os vereadores do PHS vão migrar para a base petista, caso a tática do “chapão” permaneça. Líder da sigla na Câmara de Salvador, o vereador Téo Senna, no entanto, descartou mudar de lado. “Em primeiro lugar, a gente tem que saber se o presidente tem credibilidade para continuar como presidente, já que há problemas jurídicos em relação a isso. E, depois, ele está falando por ele, porque eu, como líder do PHS, não fui comunicado de nada. Não houve essa conversa. Júnior precisa e deveria ouvir os vereadores, porque há um desacordo. Ele não combinou nada”, pontuou. O vereador Isnard Araújo, que deve assumir a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps) nos próximos dias, também tem rechaçado trocar de grupo. O PHS não é o único partido da base de ACM Neto contra o “chapão”. O PPS também se mostrou não gostou da proposta.

“O posicionamento do PPS é simples. Alguns parlamentares com a desistência da candidatura de Neto [ao governo da Bahia] avaliam que vão perder votos. Em vez de ficar pressionado pelo Palácio Thomé de Souza, pelo prefeito, deveriam gastar sola de sapato e irem para rua buscar votos. A gente não vai pagar a conta. Fui colocado na presidência do partido pelo presidente nacional e só respondo a Roberto Freire”, ressaltou o presidente do PPS na Bahia, o vereador de Salvador, Joceval Rodrigues. O legislador se esquivou quando perguntado se o partido pode romper com a base, caso o “chapão” seja mantido. “O debate não é esse”, salientou.

PTB defende “chapão” na proporcional

Presidente do PTB na Bahia, o deputado federal Benito Gama defendeu, ontem, o “chapão”. Segundo ele, há um acordo com o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o pré-candidato ao governo da Bahia, José Ronaldo, ambos do DEM, para que a tática seja adotada na eleição deste ano. “Temos que ter ‘chapão’. O nosso acordo com ACM Neto e José Ronaldo é esse. O ‘chapão’ é unanimidade na bancada de deputados federais”, afirmou Benito Gama. Os partidos nanicos entendem que o “chapão” – quando candidatos de várias siglas se unem para disputar o pleito – só beneficia as agremiações maiores, que querem manter os seus quadros na Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

Como a cláusula de barreira, as siglas querem ter o maior número possível de deputados eleitos para evitar serem extintos.  Na eleição deste ano, os partidos terão de obter, nos pleitos para deputado federal, pelo menos 1,5% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da federação, com ao menos 1% dos votos válidos em cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 9 deputados, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da federação. (RDS)

 

Por Rodrigo Daniel Silva | Tribuna da Bahia

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