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PCdoB reafirma desejo de integrar chapa majoritária

Procurado pela Tribuna, o deputado federal Daniel Almeida afirmou que o Palácio de Ondina ainda não contatou o PCdoB para conversar sobre a composição.

O PCdoB é mais uma legenda que pode dar dor de cabeça ao governador Rui Costa (PT). Além do PSB, que quer emplacar a todo custo a reeleição da senadora Lídice da Mata, a legenda comunista não abre mão de lutar por uma das vagas na chapa majoritária petista. Até agora, circula a informação de que Rui já teria escolhido os nomes de João Leão para a vice e Jaques Wagner e Ângelo Coronel para as duas vagas à senatoria. Procurado pela Tribuna, o deputado federal Daniel Almeida afirmou que o Palácio de Ondina ainda não contatou o PCdoB para conversar sobre a composição. “Não tivemos nenhuma conversa com o governador sobre o assunto. Não consideramos que está fora do tempo. Há muito tempo ainda para essas conversas serem feitas. Estamos aguardando. Esse pleito do PCdoB de participar da discussão e da composição da chapa é um pleito antigo. Faz parte da resolução interna do partido e é de conhecimento público do governador”.

Segundo o deputado, estão no páreo da majoritária os nomes da deputada federal Alice Portugal e do ex-prefeito de Juazeiro, Isaac Carvalho, além do dele próprio. O deputado Davidson Magalhães também é um nome ventilado. “Isso faz parte de uma resolução que o PCdoB definiu em novembro do ano passado e se mantém até hoje e foi reafirmada em uma reunião 15 dias atrás”, afirma. Daniel Almeida cita a iniciativa de Lídice em manter a candidatura, com ou sem apoio dos petistas: “Se não for possível ter todos na chapa, é legítimo que os partidos possam apresentar alternativas e encontrar saídas que contemplem a participação de suas lideranças no processo. Essa iniciativa que o PSB levanta de ter uma candidatura avulsa é uma possibilidade legítima. Não tem problema nenhum. Todas as lideranças querem participar do processo”.

O parlamentar ainda analisa a desistência do prefeito ACM Neto na corrida eleitoral. “A avaliação que eu tenho é que nosso time é muito forte. Como o adversário vai se posicionar, é problema dele. O que ficou como marca é que o ACM Neto fugiu da raia, amarelou. Esse é o sentimento geral”. Apesar da dúvida a respeito da participação ou não dos comunistas na campanha, Daniel Almeida vê o lado positivo: “É uma dificuldade positiva que o governador está tendo. É um time que tem muitos craques e que o governador, como técnico, tem várias opções. É uma dificuldade que revela a força que tem o time. Eu queria ter essa dificuldade”.

Alice Portugal prega composição ‘solidária’

A deputada federal Alice Portugal, por outro lado, já tem uma posição mais amena em relação ao tema. Ela defende uma composição solidária na esquerda. “Quem comanda o processo é o governador. A premissa básica é que nós apoiamos o governador Rui Costa. Ele tem sido exemplar e muito aberto. O PCdoB, como membro da coalizão, tem o legítimo direito de apresentar o nome de líderes. Nós estamos aguardando o chamado do conselho político”, diz a à Tribuna.

Em entrevistas recentes, a comunista tinha se mostrado empolgada com os resultados das pesquisas de intenção de voto, que apontavam índices expressivos caso concorresse ao Senado. “Vamos ouvir. Sabemos da dimensão política que cada partido tem nessa construção. Vamos debater de maneira solidária a composição. Evidentemente, o tamanho dos partidos fala alto nessa composição”. Alice descarta a possibilidade de lançar uma chapa avulsa. “O meu partido tomou essa decisão em conferência estadual. Evidentemente eu só estaria nessa condição no abrigo da chapa oficial do governador. Pesquisas foram cogitadas, mas obviamente isso não depende de uma vontade individual. Evidente que essa construção é delicada, porque decorrerá o grau de unidade das nossas forças políticas”.

 

 

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