Segundo o senador, o candidato ao governo do estado e ex-prefeito de Salvador ‘achou que tinha a maioria no TRE e desrespeitou a lei’, motivo pelo qual foi punido
O senador Jaques Wagner (PT) rebateu as declarações do candidato ao governo do estado pelo União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que veio a público, em tom de protesto, cobrar ‘tratamento isonômico’ à Justiça Eleitoral após decisões que culminaram na retirada de mais de 350 comerciais da coligação Pra Mudar a Bahia do horário eleitoral.
Para Wagner, ao contrário da época em que o ex-governador da Bahia e avô do candidato, Antônio Carlos Magalhães, governava – tempo em que, segundo o senador petista, o ‘domínio do governo em relação ao judiciário era grande’-, agora ‘temos um judiciário de verdade’. De acordo com Wagner, ACM Neto ‘desrespeitou a lei’ ao ‘invadir’ o espaço destinado aos cargos proporcionais de sua coligação e por isso foi punido pela Justiça.
“Ele achou que tinha a maioria no TRE e desrespeitou a lei. Mas a lei é clara: o tempo do proporcional é do proporcional. Não pode haver invasão. Ele perdeu 30 minutos de TV, mas não foi por perseguição. Foi por desrespeito à lei. Perdeu, inclusive, no TSE.”, escreveu o senador em suas redes sociais nesta segunda-feira (19).
Em tom ácido, Wagner afirmou que ‘o tempo do avô já passou’ e disse que ‘reclamar é um direito de todos’, mas ressalvou: ‘o que não pode é ficar dizendo que vai colocar a “boca no trombone” como se tivesse alguma acusação a fazer. Não pode acusar desembargador e afirmar que “ou eu ganho ou o tribunal não presta.””
Ao final de sua diatribe, o senador foi enfático e voltou à carga: “Já disse a ele uma vez e vou repetir: o tempo do avô já passou. Não é mais tempo de acharem que o poder é único. Isso aqui não é um império. Ele está estressado pois está sentindo que a rua não é dele. Achou que a campanha ia ser fácil, mas não está sendo”.
Todos sabem que no tempo do avô do ex-prefeito, o domínio do governo em relação ao judiciário era grande. Havia a tentativa de ter um mando total. Falavam para deixar apenas 30 desembargadores, pois era mais fácil de controlar. Mas agora temos um judiciário de verdade.
— Jaques Wagner (@jaqueswagner) September 19, 2022