Cerca de 50 policiais participam da reprodução simulada em um sítio na cidade de Esplanada
Cinco meses após a morte do ex-policial militar do Rio de Janeiro Adriano Magalhães da Nóbrega, a SSP-BA (Secretaria da Segurança Pública da Bahia) realiza neste domingo (12) a reconstituição do confronto no qual o miliciano acabou abatido por forças policiais do estado.
Cerca de 50 agentes participam da reprodução simulada.
A reconstituição foi solicitada pelo Draco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado e é coordenada pelo DPT (Departamento de Polícia Técnica).
Com a reprodução simulada, a Corregedoria da PM baiana concluirá o investigação que deve sustentar a tese de que Adriano reagiu à ação policial com disparos de arma de fogo e, por isso, foi alvejado duas vezes.
A reconstituição acontece no mesmo dia em que o portal UOL revela a existência de um elo entre Adriano e Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Apontado como chefe da milícia que agia nas comunidades de Rio das Pedras e de Muzema, o Capitão Adriano, como era conhecido, foi morto em fevereiro, na zona rural de Esplanada, a 170 quilômetros de Salvador.
À época, familiares do ex-PM chegaram a levantar a hipóteses de que ele fora torturado e executado, após a revista Veja veicular uma reportagem na qual dois médicos legistas apontarem, com base em foto, sinais de queimadura no peito do ex-PM e marcas aparentam, segundo os especialistas, um “tiro de misericórdia”.
Peritos do IML da Bahia que fizeram a necropsia no corpo do miliciano rechaçaram a tese, sustentando que os tiros que o mataram foram dados a, no mínimo, um metro e meio de distância.
Nove dias após o procedimento cadavérico, a juiz Augusto Yuzo Jouti, da comarca de Esplanada, determinou a realização de novo exame, a realizado pelo Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. A decisão atendeu a um pedido Ministério Público da Bahia e de familiares do ex-capitão.
Ao justificar a medida, os promotores afirmaram que consideravam prematura a liberação do corpo do miliciano para uma possível cremação, a pedido da família, uma vez que a incineração “extinguiria a possibilidade de realização de novos exames no corpo necessários à completa elucidação das circunstâncias da morte”.
Após conclusão da segunda perícia, o corpo foi liberado no dia 21 de fevereiro.
A necropsia do IML fluminense então corroborou o resultado do exame cadavérico feito na Bahia e concluiu que os disparos contra o capitão Adriano foram feitos a uma distância superior a 1,5 metro e que, portanto, não havia evidências de tortura e de que ele tenha sido executado.