MAIS DESENVOLVIMENTO

Sem passageiros, 80% dos motoristas de aplicativos devolvem carro alugado

‘Não tem pessoas nas ruas. Quem sai, que tem carro próprio, faz R$ 60 (por dia)’, diz Átila do Congo, líder da categoria

Desde o início do distanciamento social, em março deste ano, cerca de 160 mil motoristas por aplicativo que trabalhavam com veículo alugado em todo o país devolveram os carros para as locadoras. O número, revelado pela Associação Brasileira de Locadores de Automóveis (Alba), corresponde a 80% deste segmento, segundo matéria do site UOL.

Em Salvador, o volume de devoluções gira em torno do mesmo percentual, diz o presidente do Sindicato dos Motoristas por Aplicativos e Condutores de Cooperativas do Estado da Bahia (Simactter-BA), Átila do Congo. São 28 mil profissionais que tiram seu sustento dirigindo por aplicativos na capital baiana. A maioria sobrevive, no momento, com ajuda de familiares.

O aluguel dos carros custa entre R$ 400 a R$ 500 por mês, a depender da locadora. Para arcar com este valor, informou Átila do Congo, o profissional tem que faturar entre R$ 200 e R$ 300 diários para cobrir os outros custos e as contas pessoais. As locadoras estão oferecendo descontos, mas ainda assim a conta não fecha. “Não tem pessoas nas ruas. Quem sai, que tem carro próprio, faz R$ 60 (por dia)”, diz Átila.

Uma dificuldade adicional é o veto do presidente Jair Bolsonaro aos motoristas por aplicativos na ajuda emergencial de R$ 600. Quem devolveu o veículo nem pode trabalhar nem teve acesso ao auxílio federal. “Às vezes, o sindicato consegue cestas básicas e repassa, mas não dá para todo mundo”, afirma o líder da categoria.

“O apelo que a gente fez, principalmente para o governo estadual, é que a Desenbahia possa dar uma ajuda. Um a dois salários mínimos para motorista de aplicativo, taxista e profissional autônomo. É um microcrédito”, conclui o presidente do Simactter.

O auxílio municipal, de R$ 270 mensais, é dado apenas aos motoristas com mais de 40 anos.

Fonte: UOL

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