Em junho, o percentual de famílias brasileiras endividadas caiu pelo segundo mês consecutivo. A proporção de famílias com dívidas a vencer ficou em 77,3% no sexto mês do ano. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Em relação a maio, houve uma queda de 0,1 ponto percentual na proporção de famílias endividadas no Brasil em junho. Por outro lado, em comparação ao mesmo período do ano passado, ocorreu uma alta de 7,6 pontos percentuais.
Em junho, a inadimplência também registrou leve queda. A proporção das famílias com contas em atraso recuou 0,2 ponto percentual, atingindo 28,5%. Esta foi a primeira queda desde setembro do ano passado.
Entre as famílias que declaram não ter condições de pagar as contas atrasadas, a diminuição também foi de 0,2 ponto percentual, chegando a 10,5%. Este foi o menor percentual do indicador desde fevereiro deste ano.
As dívidas com cartão de crédito, que equivalem a 86,6% das pessoas endividadas, registraram a segunda queda consecutiva — de 1,9 ponto percentual. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, essa redução acontece por conta da evolução positiva do mercado de trabalho.
O executivo afirma que as famílias precisaram recorrer menos para os gastos no cartão, “com menos restrições impostas pela pandemia e as medidas temporárias de suporte à renda, como saques extraordinários do FGTS, antecipações do 13º salário, INSS e maior valor do Auxílio Brasil”.
Recortes de endividamento e inadimplência
Ao analisar os gêneros, a proporção de mulheres endividadas é de 80,1%. Já o nível de homens é de 76,5%. Apesar disso, de maio para junho, o endividamento registrou diminuição entre o público feminino, de 0,7 ponto percentual, enquanto, entre o masculino, teve alta de 0,3 ponto percentual.
No recorte por faixas de renda, os dois grupos analisados tiveram desaceleração na proporção de endividados. A parcela com rendimentos acima de dez salários mínimos teve diminuição de 0,2 ponto percentual.
Já a parcela com ganhos de até dez salários mínimos teve retração de 0,1 ponto percentual no endividamento. Apesar disso, a queda acumulada nos dois últimos meses foi mais forte entre as famílias de menor renda (-0,5 ponto percentual).