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Pro-Senar Cacau transforma realidade de cacauicultores de Coaraci

Programa fomenta o cultivo do fruto e ainda agrega valor à produção de derivados

Terra fértil para o cultivo de cacau, o município de Coaraci, no Sul da Bahia, vai abrigar a sua primeira fábrica de chocolates finos. A Cacaulier, já em fase de implantação, é fruto do sonho antigo do engenheiro agrônomo e produtor rural Luís Fernando Pimenta, cuja paixão pela cacauicultura herdou do pai. A concretização desse sonho teve a participação direta do Pro-Senar Cacau, que levou assistência técnica e gerencial e reciclou o conhecimento da nova geração de produtores, injetando ânimo para que eles não desistissem da cultura.

“O programa foi fundamental para que continuássemos acreditando na cultura e na região depois da vassoura de bruxa. Eu digo que foi a única porta de esperança para quem queria continuar apostando no cacau. O Pro-Senar Cacau promoveu uma transformação tecnológica, nos fazendo ver que a cultura é viável, através da mudança de visão e implantação de novas técnicas em todas as etapas de manejo da cultura, inclusive no beneficiamento”, observou Pimenta, durante visita à sede do Sistema Faeb/Senar, em Salvador.

Ele foi recebido pelo presidente do Sistema, Humberto Miranda, e pelo vice-presidente de Desenvolvimento Agropecuário da Faeb, Rui Dias, para quem apresentou os produtos da sua marca, que são encontrados em Salvador e no interior, já despertando também o interesse de mercados do Sul e Sudeste.

Dos 48 hectares da Fazenda São Lucas, cinco são destinados ao Pro-Senar Cacau, onde cultiva clones do tipo SJ-02, BN-34, PS-1319, CCN-10, PH16, matéria-prima para o chocolate fino. “Cada variedade proporciona experiências sensoriais de sabor e aroma diferentes, pois resulta em tipos de chocolates frutados, florais, amadeirados, mais ou menos intensos ou com notas mais adocicadas, por exemplo”, explica.

A produção, que começou tímida e de forma artesanal, ganhou força pela grande aceitação do produto no mercado da capital. O alto investimento na qualidade refletiu na grande procura e, consequentemente, na abertura da unidade fabril. Assistido pelo programa, por meio do Sindicato Rural de Coaraci, o produtor Luís Fernando Pimenta destacou que o Pro-Senar estimulou não só a produção do fruto, mas dos seus derivados, a exemplo de geleias, mel de cacau, amêndoas caramelizadas, nibs, barra de cacau, cacau em pó, licores e chocolate, colocando no mercado produtos com alto valor nutricional e baixo teor calórico, com pouco açúcar. Atualmente ele produz chocolates “tree to bar”, ou seja, ele planta, colhe e faz a secagem, que resulta no cacau de origem. Sua fabricação é diversa, com chocolates com teores de 35%, 50%, 70% e 75% cacau (diet) e chocolate branco.

Para o presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, a história de Luís Fernando é um grande exemplo de como a Assistência Técnica e Gerencial do Senar contribui com o produtor dentro e fora de campo. “Para se ter uma boa produção é preciso ter bons produtores. É isso que o Senar faz: capacitar pessoas, quebrando paradigmas e apresentando novas formas de cultivo e manejo, seja manual ou mecanizado. Acreditamos que a transformação começa dentro do produtor para, então, chegar à propriedade. Sem dúvida, é uma satisfação muito grande ver os cacauicultores agregando valor à produção e não apenas produzindo commodities”.

Parcerias

Além da ajuda do Senar, o cacauicultor contou com outra importante contribuição: do Sebrae. “O Senar foi imprescindível para a parte técnica e agronômica. Já o Sebrae em toda parte comercial. A entidade foi decisiva no processo de desenvolvimento de logomarca, rótulo, redes sociais, embalagens e toda apresentação física e virtual até chegar na qualidade de hoje”, pontua.

O vice-presidente de Desenvolvimento Agropecuário da Faeb, Rui Dias, ressaltou que o cacau baiano se destaca nacionalmente pelas características únicas no teor de manteiga. “Além do valor nutricional do fruto, esta é uma cultura sustentável, pois o sistema cabruca preserva a mata atlântica, ou seja, o cacau é bom para a saúde das pessoas, do meio ambiente e da economia”.

Ascom Faeb/Senar

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