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Plano identifica 18 cidades baianas com alto potencial para se tornarem centros logísticos

“São locus privilegiados que, sendo alvo de fomento ao desenvolvimento logístico, têm chance de alcançar maiores desdobramentos”, explicou o especialista da FDC, Ramon César

Foto: Divulgação/Assessoria

Nesta quarta-feira (20/03), a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apresentou os resultados dos estudos complementares ao Plano Estratégico Ferroviário do Estado da Bahia. A entrega aconteceu durante o evento Pensar a Bahia, quando também foram apresentados estudos preliminares nas áreas de logística regional e economia de baixo carbono, e contou com a presença de secretários de Estado, gestores e especialistas de instituições públicas e privadas.

O estudo complementar ao Plano Ferroviário foi desenvolvido pela Fundação Dom Cabral (FDC), por iniciativa da SEI. O trabalho reforça a vocação natural da Bahia para a logística e mapeia 18 municípios baianos com altíssimo potencial para se tornarem centros logísticos e ampliarem a geração de emprego e renda em seus territórios. A análise por aglomerados logísticos destaca o potencial de Alagoinhas, Barreiras, Brumado, Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Eunápolis, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Luís Eduardo Magalhães, Mucuri, Salvador, Simões Filho, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista e foi elaborada a partir de indicadores de fluxos, cargas e diversidade de estabelecimentos logísticos.

“São locais que já têm atividade logística expressiva, bem acima da média do estado, e geralmente correspondem a entroncamentos rodoviários e/ou porto-aeroviários, são locus privilegiados que, sendo alvo de fomento ao desenvolvimento logístico, têm chance de alcançar maiores desdobramentos”, explicou o especialista da FDC Ramon César.

Plano Estratégico Ferroviário do Estado da Bahia foi elaborado em 2023, pela FDC, por iniciativa da Seplan e CBPM, e sugere diversas e importantes alterações na malha ferroviária baiana, como a implantação do conceito de carga geral, criação de novos ramais e a unificação da bitola, que atualmente é de um metro, para o padrão nacional que é de 1,60 metros, entre outras recomendações. O novo estudo da FDC complementa o Plano com uma proposta de acesso ao Porto de Salvador e propõe tipologias de plataformas logísticas e modelos de governança para os clusters identificados nos municípios.

O estudo também apresenta a análise logística atual de grandes produtos da pauta de importação e exportação, a exemplo da soja, milho, containers e fertilizantes. Como exemplo, mostra que o algodão produzido em Luís Eduardo Magalhães tem 95% de sua carga escoada pelo Porto de Santos e apenas 4% por Salvador. Os especialistas apontaram ainda a existência de poucas linhas regulares para a China e o leste asiático saindo diretamente da Bahia. O material poderá ser consultado em breve no site da SEI.

O diretor-geral da SEI, José Acácio Ferreira, ressaltou que “a SEI está investindo esforços hercúleos para subsidiar o planejamento estratégico de longo prazo. Esse conjunto de informações auxiliará a alta gestão do estado na tomada de decisões e contribuirá para posicionar a Bahia em lugar de destaque nacional, promovendo seu desenvolvimento com inclusão e sustentabilidade”.

O secretário Afonso Florence, da Casa Civil, reforçou a importância dos resultados para o planejamento do Estado. “O governador vem retomando uma política de desenvolvimento econômico e industrial que tem no planejamento seu principal instrumente estratégico, com o PDI (Plano de Desenvolvimento Integrado 2035) e esses insumos são essenciais para consolidarmos novos caminhos para o desenvolvimento”.

Já o chefe da pasta do Planejamento, Cláudio Peixoto, avaliou a entrega no contexto da atualização do plano de longo prazo até 2050. “Analisamos tendências globais, de Brasil, novas tendências e incertezas críticas da Bahia, e estamos traçando cenários, identificando nossos ativos, nossas fragilidades. Ação de governo é uma ação planejada. Um evento como este, portanto, nos enche de alegria e nós vamos absorver estes insumos no nosso plano de longo prazo”.

“O trabalho sugere que a Bahia poderá acabar com o seu isolamento logístico ao investir em uma estratégia multimodal”, sintetizou o diretor de Estudos da SEI, Edgard Porto, responsável pelo projeto Pensar a Bahia, que busca estudar temas estratégicos de longo prazo de forma conectada.

Participou ainda do evento o secretário Davidson Magalhães, da pasta do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, além de ex-secretários do Planejamento, como Waldeck Ornelas, Armando Avena, Ronald Lobato e Antônio Alberto Valença, entre outras autoridades.

Estudos apresentam soluções nas áreas de logística e economia de baixo carbono

No evento Pensar a Bahia, a equipe da SEI apresentou resultados preliminares de dois estudos sobre os temas da logística e da economia de baixo carbono, que podem ser consultados na página do SEIColab – Pensar a Bahia, no site da SEI (www.sei.ba.gov.br).

A assessora técnica da SEI Aline Virgílio apresentou os resultados do estudo Logística como fator de desenvolvimento regional na Bahia. O trabalho apresenta soluções em três esferas: Integração regional via fortalecimento da logística estadual do modal ferroviário; Organização espacial da Macrorregião de Salvador (Masterplan)​; e Organização da Metrópole Inteligente​.

A primeira utiliza insumos do Plano Ferroviário e o aprofunda, visando estabelecer a integração logística da Bahia com as demais grandes áreas econômicas do Brasil​. A segunda busca integrar investimentos produtivos que potencializam as atividades econômicas de forma espacialmente articulada​. E a terceira apresenta estratégias que fortaleçam o uso de sistemas, dentro da Região Metropolitana de Salvador, que a tornem cada vez mais inteligente e articulada, a exemplo de sistema de saúde e dados.

O coordenador de Recursos Naturais e Ambientais da SEI, Anderson Oliveira, apresentou os resultados do trabalho sobre Economia de baixo carbono e enfrentamento da pobreza. A proposta envolve um conjunto de projetos integrados a serem implantados em 34 municípios na Chapada Diamantina e na Mata Atlântica na Bahia, com objetivos para 2035, 2045 e 2060.​ São quatro projetos interligados que envolvem Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), descarbonização, criação de um fundo de investimentos e ações de fomento da agricultura familiar. Prevê ainda um acordo de cooperação técnica com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema).

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