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PF vai indiciar cerca de 1.000 golpistas, que serão levados ao presídio da Papuda

Até o momento, já são aproximadamente 1.500 detidos, de acordo com o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e com o Ministério Público Federal no Distrito Federal.

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(FOLHAPRESS) – A Polícia Federal vai indiciar os golpistas presos em flagrante na noite deste domingo (8) em Brasília por suspeita de crimes cometidos nos atos de vandalismo.

Segundo fontes da PF, cerca de 1.000 bolsonaristas serão levados para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Até o momento, já são aproximadamente 1.500 detidos, de acordo com o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e com o Ministério Público Federal no Distrito Federal.

Dino disse também que já está com a relação de todas as pessoas que financiaram os veículos que chegaram em Brasília.

Uma parte dos golpistas ainda passa por triagem na Academia Nacional da Polícia Federal, em Brasília.

Devido ao grande número de detidos, o MPF no Distrito Federal pediu apoio a procuradores de outros Estados para as audiências de custódia ligadas a atos antidemocráticos.

“O apoio dos colegas será fundamental para dar celeridade às audiências nesse momento crítico e tão desafiador na história do país”, disse o procurador-chefe em exercício do MPF no DF, Pablo Coutinho Barreto, em nota.

A previsão é que as audiências, que serão realizadas de forma virtual, tenham início nesta terça-feira (10).

De acordo com o órgão, o pedido de colaboração foi acertado previamente com o procurador da investigação, Carlos Henrique Martins, e com o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Os manifestantes extremistas entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde de domingo e invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal), depredando as sedes dos Três Poderes na capital federal.

Os golpistas vieram na maioria do acampamento diante do Quartel-General do Exército em Brasília.

O vandalismo contra os prédios públicos levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a decretar a intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal.

Na decisão em que autorizou a retirada dos golpistas do acampamento no QG do Exército, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontou para a o possibilidade de prática dos crimes de associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, incitação ao crime, ameaça e dano ao patrimônio público.

As forças de segurança conseguiram desocupar os locais invadidos na praça dos Três Poderes fazendo uso de muitas bombas de efeito moral e spray de pimenta.

Segundo o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), 44 pessoas foram detidas em flagrante pela Polícia Legislativa. Na noite de domingo, em torno de 200 pessoas já haviam sido presas pelos ataques contra a democracia.

Na manhã desta segunda-feira (9), a PM do Distrito Federal e a Polícia do Exército conduziram o esvaziamento da área do quartel-general do Exército.

A ideia da cúpula militar era pressionar bolsonaristas a se retirar do local de maneira pacífica, evitando confronto. Alguns golpistas, contudo, mostraram resistência. Um manifestante que xingava as forças de segurança foi detido.

A ação ocorreu após a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), dando 24 horas para a retirada de todos os manifestantes acampados no local.

Segundo o Ministério da Justiça, cerca de 1.200 bolsonaristas foram conduzidos presos para a superintendência da PF, em dezenas de ônibus cedidos pelo Governo do Distrito Federal.

Os ministros José Múcio (Defesa) e Rui Costa (Casa Civil) e o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, designado interventor federal, acompanharam a desocupação do acampamento golpista no DF.

Moraes determinou ainda o afastamento do cargo do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O GDF é responsável pela segurança na região da Esplanada. A suspensão estabelecida pelo ministro do STF vale por 90 dias.

O então secretário de segurança pública e ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres, foi exonerado ao longo do domingo e teve a prisão solicitada pela AGU (Advocacia-Geral da União).

A determinação de Moraes ocorreu horas após bolsonaristas radicalizados protagonizarem atos de vandalismo em Brasília. Importantes obras de arte da cultura brasileira foram danificadas nas edificações do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

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