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Pedidos de visto crescem 35% após Brasil adotar processo eletrônico

Há um ano, governo implantou e-visa para viajantes dos EUA, Canadá, Austrália e Japão; documento é emitido pela internet em até 72 horas


Reservas de voos para o Brasil cresceram em 2018
Rovena Rosa/Agência Brasil

Um ano após entrar em vigor, o visto eletrônico (e-visa) para turistas da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão desburocratizou o processo de solicitação e fez crescer o interesse de cidadãos desses países pelo Brasil.

Segundo o Itamaraty, em 2017, haviam sido emitidos 169.910 vistos de negócios, turismo ou trânsito a cidadãos dos quatro países. Com a implantação do e-visa, o número subiu em 2018 para 229.767 (crescimento de 35%).

Desse total, 85% foram vistos eletrônicos. A mudança permite que os viajantes solicitem o visto pela internet, sem necessidade de comparecer ao consulado.

Os quatro países representam cerca de 60% da demanda por vistos de turismo e negócios do Brasil requeridos nos consultados ao redor do mundo.

Cidadãos da União Europeia e outros 67 países não precisam de autorização antes de embarcar para o território brasileiro na maioria dos casos.

Ministério do Turismo ainda não tem o número de visitantes estrangeiros que entraram no Brasil em 2018. Os dados de 2017 indicavam que, entre os quatro países que agora têm a possibilidade de solicitar visto eletrônico, os turistas dos Estados Unidos representavam 77% das entradas (475.232), seguidos de Japão (60.342), Canadá (48.951) e Austrália (33.862).

“Os Estados Unidos foram um país que teve muita receptividade em relação à emissão de vistos eletrônicos. A Organização Mundial do Turismo fala que quando se adota o visto eletrônico, aumenta-se em 25% a emissão de vistos, então superamos essa marca”, comemora a presidente da Embratur (autarquia ligada ao Ministério do Turismo), Teté Bezerra.

Além da redução do preço (de US$ 150 por pessoa para US$ 40), o e-visa também faz com que os turistas estrangeiros que desejam visitar o Brasil economizem tempo. A solicitação é processada em até 72 horas.

Mesmo assim, o setor de turismo brasileiro defende que o Ministério das Relações Exteriores acabe com a exigência de visto para turistas dos Estados Unidos. “É o segundo país que mais envia turistas ao Brasil, atrás apenas da Argentina”, observa Teté Bezerra.

“Temos que ver o turismo como um indutor da economia brasileira, capaz de gerar empregos. Este é um momento interessante, porque a relação cambial faz com que tenhamos preços competitivos na comparação com outros mercados concorrentes, como o Caribe”, acrescenta.

Reservas em alta

A Amadeus, empresa global de software que tem como clientes companhias aéreas, agências de viagem e operadoras de turismo, fez um levantamento exclusivo para o R7 que mostra o aumento de reservas de voos de turistas dos EUA, Canadá, Austrália e Japão com destino ao Brasil.

O aumento das reservas em 2018, segundo dados da Destination Insight, ferramenta de Big Data Amadeus, foi de 14% nos EUA; 23% no Canadá; 30% na Austrália; e 11% no Japão, em comparação com o ano anterior. A procura por passagens com destino ao Brasil também cresceu (veja infográfico abaixo).

Nos dois primeiros meses de 2019, as reservas de voos para o Brasil realizadas nos países onde o e-visa foi adotado se mantiveram em alta. As passagens compradas por cidadãos dos EUA para viajar em fevereiro registraram crescimento de 54% em relação ao mesmo mês do ano passado. No caso do Canadá, o aumento foi de 100%; Austrália, 69%; e Japão, 46%.

No Rio de Janeiro, um dos destinos preferidos de quem visita o Brasil, o aeroporto internacional RIO galeão fez uma campanha com a Embratur e outros parceiros para divulgar o e-visa entre turistas norte-americanos e australianos. O turismo chega a contribuir com 5% do PIB (Produto Interno Bruto) do estado.

SIEL GUINCHOS

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