Surto é o primeiro estágio de uma escala de evolução do contágio, que pode se transformar em epidemia, endemia e pandemia
O Ministério da Saúde passou a usar o termo “surto” ao divulgar informações relativas aos casos de varíola dos macacos no Brasil. A pasta citou essa definição em um texto divulgado nesta quinta-feira (28), que informa a ativação de um centro de operações para acompanhar a evolução da doença.
Até então, a palavra surto era usada somente em pareceres técnicos ao citar casos semelhantes de aumento da curva de contaminação registrados em outros países.
O surto é o primeiro estágio de uma escala de evolução do contágio, que pode se transformar em epidemia, endemia e pandemia – caso da Covid-19. Tecnicamente, desde o aumento repentino dos casos, a varíola dos macacos já pode ser considerada em situação de surto.
O boletim divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que o Brasil registrou até agora 1.066 casos da doença.
Para conter esse avanço, o governo brasileiro está negociando com a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) a intermediação para o compra de 50 mil doses de vacina contra o vírus. A expectativa é receber o primeiro lote até o fim do ano.
No entanto, representantes da OPAS já teriam sinalizado, em reuniões internas, que o quantitativo não deve ser atendido. Ontem (27), o subdiretor interino da organização no Brasil, Marcos Espinhal, disse em entrevista coletiva por vídeo que há limitação para o fornecimento do imunizante em 2022. Segundo ele, dez países do continente solicitaram apoio na compra da vacina.
Marcos Espinhal também deixou claro que, diferentemente de outras doenças como a Covid-19, a vacinação em massa não é recomendada para casos de varíola dos macacos.
“Você tem que estabelecer certos parâmetros, os riscos e tudo isso. É uma vacina com evidência limitada de eficácia e efetividade. Então, você tem que ter atenção. Os ministros receberam as informações pertinentes e concordaram em analisar de acordo com seus contextos e dar um retorno para a OPAS”, explicou.