O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira (7), que está “muito decepcionado” com o ex-ministro Antonio Palocci. Negando o teor das declarações de Palocci, Lula se queixou, em conversas, de expressões usadas em seu depoimento, como “pacto de sangue” e “propina”.
Segundo petistas, já havia a expectativa de que Palocci buscasse viabilizar um acordo de delação premiada. Mas Lula ficou abalado com os termos empregados pelo antigo colaborador. Amigos de Lula lembram que o ex-presidente costuma justificar o depoimento do empresário Léo Pinheiro, argumentando que ele é um homem de idade avançada e sofreu forte pressão. A justificativa, porém, não se aplica a Palocci, “que foi rápido demais” e teria se limitado a ataques contra Lula. Em uma tentativa de estimular os petistas com quem conversou, Lula afirmou que manterá sua agenda política, que inclui a edição de uma caravana no Pontal do Paranapanema. O ex-ministro Gilberto Carvalho afirma que Lula está bem. “E disse que, depois desta caravana, nada consegue abatê-lo”.
A programação de viagens é, para petistas, uma tentativa de reanimar o ex-presidente. Antes de sair em caravana pelo Nordeste no mês passado, Lula disse a aliados que não suportava mais ter sua agenda consumida por reuniões com seus advogados de defesa. Após o depoimento de Palocci, a ideia é reforçar sua programação política. Vice-presidente do PT, o ex-ministro Alexandre Padilha diz que o depoimento não “mexe em nada em relação ao que estava programado”.
Com informações do BNews